[secondary_title]

Empresa que fatura milhões usando área pública de graça na Serra, brigou para não pagar IPTU

- PUBLICIDADE-
Entrada do Tims: terreno concedido pelo Município à AGTI tem 2,4 milhões de m², dos quais a empresa constrói galpões e aluga para terceiros, sem pagar nada ao município.

Imagine se um morador da Serra deixar de pagar o IPTU. É problema na certa, já que vai sofrer com as consequências, que podem ser desde a perda dos bens do proprietário até leilão do imóvel para o pagamento da dívida. Agora, imagina uma empresa que fatura milhões explorando área pública sem pagar nada para a cidade, e ainda por cima tenta se ‘safar’ do pagamento de impostos devidos ao município.

É isso que está acontecendo na Serra. O TIMS é um polo industrial construído em uma área pública de 2,4 milhões de m², do qual é explorado há 29 anos pela empresa AGTI (Andrade Gutierrez Terminais Intermodais S.A). Assim como noticiado pelo jornal TEMPO NOVO, essa empresa descumpre o termo de concessão do qual previa o pagamento mensal da tarifa de uso, portanto, explorando área pública de graça há quase três décadas, faturando com a construção e aluguel de galpões para outras empresas.

Mas as regalias que a empresa quer à custa do morador da Serra, não param por ai. Isso porque, a AGTI judicializou em 2014 uma ação para não pagar R$ 1.4 milhão de IPTU. O valor também levanta dúvidas, já que proporcionalmente é bem menor do que é cobrado na região.

A empresa chegou a ganhar a causa no mesmo ano e a cobrança foi suspensa, em liminar, e a sentença também foi favorável à autora. A AGTI tentou emplacar uma tese que para a Justiça reconhecer inexistência de relação jurídica tributária uma vez que o terreno é do Município. Ou seja, por explorar terreno público, não quis pagar imposto, exatamente pelo fato dele ser área pública.

Vale lembrar que o TIMS, que apesar de não querer pagar IPTU por ocupar área pública, tem portaria privada e para ter acesso ao interior do polo, o visitante precisa ser devidamente autorizado pelas empresas que lá estão, caso contrário é barrado.

No entanto, a imunidade das pessoas jurídicas de direito público foi criada para proteger o pacto federativo e, por isso, não deve ser estendida à empresa privada arrendatária de bem público que o utiliza para fins comerciais, que é exatamente o caso do Tims.

E foi assim que entendeu o desembargador José Paulo Nogueira da Gama, do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, ao determinar que empresa pagasse o R$ 1,4 milhão em IPTU devido ao município de Serra.

A Procuradoria Municipal recorreu naquele ano, logo após o Supremo Tribunal Federal concluir que conceder imunidade tributária a empresas que visam lucro é o mesmo que dar vantagem competitiva a elas. Até então, a prefeitura reconhecia que prevalecia a tese de que a posse firmava-se em relação de direito pessoal.

Em decisão monocrática, o relator aplicou o entendimento do STF e disse que, de acordo com a Constituição Federal, a imunidade tributária não vale quando patrimônio, renda ou serviços estejam relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados.

O TIMS ocupa área pública, mas explora comercialmente, construindo e alugando galpões para empresas privadas, faturando alto, sem pagar a tarifa de uso que consta como item obrigatório no Termo de Concessão e, além disso, brigando na Justiça para não pagar sequer o IPTU.

Ainda segundo Gama, o Código Tributário Nacional prevê que o fato gerador do IPTU é a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel. O desembargador condenou ainda a empresa a pagar honorários advocatícios de R$ 10 mil à procuradora que atuou no caso.

A reportagem demandou a Prefeitura da Serra para entender melhor como funcionam os cálculos de IPTU para a área e para saber se existem débitos de impostos com a cidade. Foram perguntados:

Quantas inscrições imobiliárias existem dentro do Tims? E destas, quantas são relativas a terrenos e quantas relativas a benfeitorias edificadas sobre o mesmo?; Dessas relativas a terrenos, qual a metragem total das áreas?; Qual o valor total arrecadados em 2020 das inscrições relativas a terrenos?; Qual o valor total arrecadados em 2020 das inscrições relativas às benfeitorias?;Quando a concessionária começou a pagar IPTU?;A Prefeitura cobra IPTU das áreas destinadas à construção de galpão mas que ainda se encontram ociosas? O Termo de Concessão de Direito Real de Uso, assinado entre o Município e a AGTI prevê a cobrança de que tipo de tributos? A Prefeitura vem cobrando o que prevê o contrato? Qual é a dívida de IPTU da empresa com o município?

Em resposta a reportagem, a Prefeitura da Serra se limitou a dizer que “o processo relacionando ao TIMS está em análise pela procuradoria”. A empresa também foi procurada, mas não respondeu as demandas.

Comunicado – 05/11/2024 – 2ª edição

publicidade legal - 05-11-2024Baixar

Opinião | Projeto moderniza eleição na Câmara da Serra e evita “sessão de horrores” como a de 2017

No dia 1º de janeiro de 2017, a Câmara da Serra tornou-se motivo de chacota em todo o estado após uma sessão caótica que...

Estado oferta novo concurso público com 600 vagas de nível médio e salários de R$ 4.717

O Governo do Estado vai abrir um novo concurso público para o preenchimento de mais de 600 vagas de nível médio, oferecendo remuneração inicial...

Dez horas de muito forró em Jacaraípe com os paulistas do grupo Balaio e convidados

Os forrozeiros do Balaio, de São Paulo, desembarcam na Serra neste sábado (9) para uma super apresentação no palco do Forró Deck 16, em...

Nova Orla de Jacaraípe será entregue no verão: praia terá mirante, parques e academias

A Orla de Jacaraípe, na Serra, está prestes ganhando uma nova cara. O local está passando por uma ampla revitalização, que inclui a instalação...

Raimundos traz turnê de 30 anos de carreira a Vitória em dezembro

Vitória está prestes a receber um evento histórico: no dia 6 de novembro, uma sexta-feira, a partir das 20h, o Oásis Beach Club será...

Sábado tem bazar com roupas masculinas, femininas e infantis a partir de R$ 2 na Serra

Quem não gosta de um bazar, não é mesmo?! Neste sábado (09), acontece o tradicional Bazar Solidário em Laranjeiras, na Serra, na sede da...

Réveillon em Manguinhos com seis horas de open bar e shows com Prakatun e 80+

Com a chegada de 2025, o Réveillon em Manguinhos, na Serra, promete uma celebração especial no Espaço Chico Bento, de frente para o mar....

Casa da Rosa abre inscrições para curso de bordado na Serra

Usar o bordado como ferramenta de empoderamento, compartilhar histórias de sucesso e ensinar pontos básicos do bordado livre, capacitando as alunas a viver do...
...