Por Bruno Lyra
Wilson Zon é sócio da Imobiliária Macafé e ex-dirigente da Associação dos Empresários da Serra (Ases). Nesta entrevista faz um balanço do mercado imobiliário. Acredita que o atual desaquecimento pode ser superado com investimentos, principalmente com foco na classe média e alto padrão. Zon ainda aponta tendências de ocupação empresarial e residencial em várias regiões, mas é pessimista com o futuro comercial de Laranjeiras.
A Serra viveu um ‘boom’ imobiliário, mas o mercado agora esfriou. O que está acontecendo?
Esse ‘boom’ aconteceu no Brasil também com grandes construtoras que vieram de Minas, São Paulo, Rio de janeiro. Então começaram a abrir novos projetos. As construtoras locais sempre tiveram o foco mais em Vitória e Vila Velha. Então, vimos projetos num volume absurdo. Mas de 2011 pra cá, a demanda começou a diminuir. Hoje a Serra tem muito estoque.
Da para falar de estagnação?
Não acredito. A cidade continua recebendo projetos. O comércio e o serviço têm crescido onde as pessoas começam a ocupar novas residências, o que movimenta o comércio e cria o ciclo. O que não há no momento é o lançamento de novos investimentos. Há um estoque de imóveis, cerca de 2 mil unidades, que precisa ser queimado, principalmente de alta renda.
Os programas governamentais foram importantes no crescimento imobiliário?
Foi uma coisa conjunta. O plano Minha Casa, Minha Vida induziu ao consumo. O governo teve grande importância.
E as políticas públicas municipais?
Quando houve o ‘boom’ existia um problema: a oferta de água e esgoto. Hoje isso está mais equacionado, com exceção de regiões mais novas. A Serra se privilegiou muito por ter estrutura para atrair investimentos. A cidade ainda tem muita área urbana vazia. Se investirem bem na área do transporte, na parte da limpeza e melhorar a arquitetura, podemos ter um novo boom.
Onde estão os metros quadrados mais e menos valorizados na Serra?
O mais valorizado está entre o eixo Laranjeiras – Manguinhos, chegando em torno de R$ 4 a 5 mil o metro quadrado. Para efeito de comparação, o preço mais caro da Grande Vitória é na Praia do Canto e chega a R$ 8 mil o m2. As menos valorizadas estão entre os conjuntos habitacionais no eixo Serra Dourada – Serra Sede e nos bairros periféricos à esquerda da BR 101 no sentido Serra – Vitória.
E sobre projetos com foco na classe média?
Não trabalhamos ainda para o público da classe média alta, e com isso temos espaço para esses investimentos. Projetos como Caiobás, Itatiaia e o Igarapé, nesse nível, têm que seguir. A Morar fez um condomínio neste padrão em Manguinhos e vendeu tudo.
Como está a disponibilidade de terrenos para indústrias e empresas?
Para grandes empreendimentos há projetos que ocorreram na rodovia do Contorno, o polo Serra Log se consolidando. Tem ainda o Serra Norte que está para surgir no encontro do contorno do Mestre Álvaro com a BR 101.Hoje o que temos atende a demanda, mas se houver um aquecimento pode faltar terreno. Já as empresas menores têm dificuldade de conseguir área. Exemplo é o polo Cercado da Pedra onde a procura é muito maior do que a oferta.
Como deve ser o aproveitamento das áreas do entorno do Contorno do Mestre Álvaro?
O contorno vai dar uma limpeza no trânsito de nossas vias internas. Mas não acredito que o contorno venha a atrair novos empreendimentos. A Serra já tem uma área de expansão urbana suficiente. O governo não deveria incentivar expansão naquela área de sensibilidade ambiental.
A futura municipalização da BR 101 entre Carapina e Serra – sede pode criar uma dinâmica imobiliária?
Com certeza. A BR-101 dará uma belíssima avenida, com tendências de novos projetos, principalmente de comércios e serviços. E sem o tráfego pesado vai melhorar demais.
E na região da rodovia Audifax Barcelos, entre Serra-sede e Jacaraípe?
Há um crescimento de fluxo muito grande ali. Mais próximo à Serra-Sede você começa a ver alguns projetos. É uma área de expansão urbana fantástica, com vocação para projetos residenciais de médio e alto padrão.
E o que deve acontecer no contorno de Jacaraípe?
Novas áreas de loteamento, mas para o segmento econômico. Com o passar do tempo pode evoluir para habitação de média renda. Mas mesmo que o Aeroporto de Cargas venha, não acredito que se torne área de expansão empresarial.
E a municipalização da Abdo Saad e do trecho da ES 010 entre Capuba e Nova Almeida?
É uma bela avenida para receber bons projetos. Hoje já há bancos, clínicas muito comércio. Jacaraípe é o primeiro local para quem mora em Aracruz e precisa desses serviços. Já Nova Almeida eu creio que deva manter a característica de sítio histórico e balneário. No trecho há restrições ambientais.
Por que há tantos imóveis comerciais ociosos em Laranjeiras?
Houve uma super oferta em Laranjeiras. E com a chegada dos shoppings o público deixa o comércio de rua, pela comodidade. E em Laranjeiras tem espaços para lojas além do que era necessário. Além disso, o comércio em outros bairros tende a crescer e fazer com que consumidores de ir a Laranjeiras, que vai perdendo a força enquanto centro comercial regional.
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