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Empresas do Transcol relatam prejuízo e Governo do Estado paga combustível dos ônibus

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Segundo o GVbus, empresas estão amargando prejuízos. Foto: Gabriel Almeida

A pandemia causada pelo novo coronavírus está trazendo prejuízos milionários para as empresas que atuam no Sistema Transcol. De acordo com o membro do Comitê Executivo do Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano da Grande Vitória (GVBus), Murilo Lara, só não houve um colapso porque o Governo do Estado forneceu combustível, o que atenuou a situação, evitando uma demissão em massa.

Em cinco meses, as empresas que atuam no Sistema Transcol amargaram um prejuízo de R$ 116 milhões. A afirmação é do Murilo Lara, membro do Comitê Executivo do GVBus. De acordo com ele, por pouco não ocorreu uma demissão em massa no sistema e isso foi evitado pelo fornecimento de combustível feito pelo Governo do Estado. Entre 15 março e 31 de julho, as perdas ficaram acima de R$ 116 milhões.

Agora, cinco meses desde o início das ações de combate à Covid-19, as empresas afirmam que continuam contabilizando os prejuízos. “(Nesses meses de pandemia), as perdas ficaram acima de R$ 116 milhões. O que significa que o sistema arrecadou apenas 63% da receita normal. A conta não fecha”, relata Murilo.

Ainda de acordo com ele, houve uma redução drástica no número de passageiros, mas o serviço continuou sendo ofertado em dobro. “Para se ter uma ideia, nesse período, a média geral de pessoas transportadas foi de 42% do total esperado (queda de 58%), enquanto o sistema manteve uma oferta de 82% do serviço. Ou seja,a oferta foi praticamente o dobro da demanda”, afirma o membro do GVBus.

Para as empresas, os números de agosto são mais animadores, pois a demanda aumentou, chegando a 54% da esperada, mas a oferta de coletivos também subiu: ficou em 90%, conforme programação da Ceturb-ES. “Mantendo a discrepância entre o número de pessoas transportadas e a quilometragem percorrida. Só não houve um colapso porque o governo forneceu combustível, o que atenuou a situação, evitando inclusive uma demissão em massa”, disse Murilo.

O membro do Comitê Executivo do GVBus ainda afirmou que o uso de ônibus não está diretamente ligado a um aumento no número de casos da Covid-19. “É essencial destacar ainda a injusta e falsa sensação que ficou nas pessoas de que o transporte coletivo é um dos principais vetores de contaminação para a população. A observação dos dados que temos disponíveis indicam que o uso do ônibus não está diretamente ligado a um aumento no número de casos da doença.”

Para finalizar, Murilo afirma que apesar das contas negativas, o setor está otimista que o Transcol está preparado para o “novo normal”, podendo assim, retomar os níveis de crescimento que apresentava antes da Covid-19.

Ônibus cheios e terminais lotados de passageiros 

Terminal de Laranjeiras: aglomerações fazem parte da rotina dos passageiros. Foto: Gabriel Almeida

Não é só as empresas que estão sofrendo com a pandemia causada pelo coronavírus. Passageiros de cidades da Grande Vitória, inclusive da Serra, estão tendo que enfrentar terminais lotados e ônibus sempre cheios nos horários de pico. Mesmo após centenas de denúncias e reclamações sobre a superlotação dos terminais e ônibus do Transcol, a situação continua a mesma: muita aglomeração e alto risco de contágio pelo novo coronavírus.

E o trabalhador que depende do transporte público é obrigado enfrentar essa situação diariamente. De acordo com eles, conseguir um ônibus vazio em pleno horário de pico é muito difícil, além dos terminais da Serra e de outras cidades da Grande Vitória que estão sempre lotados.

Atualmente, os passageiros podem realizar denúncias de coletivos cheios ou falta de distanciamento social nos terminais pelo aplicativo “ÔnibusGV”, mas quem usa o serviço afirma que nunca teve uma solução. De Alterosas, o serrano Rafael Meyrelles, precisa enfrentar o problema todos os dias. De acordo com ele, mesmo após fazer várias denúncias para a Ceturb, a situação não muda.

“Os ônibus estão lotados. É um absurdo. Todo dia utilizo as linhas do Terminal de Jacaraípe e de Laranjeiras para Carapina e em horário de pico não dá nem para se mexer dentro do coletivo. Para piorar, os motoristas param em todos os pontos possíveis, mesmo com o carro lotado. Meu maior medo é contaminar meus familiares”, afirmou Rafael.

A Ceturb informou, por meio de nota, que dentro dos terminais a fiscalização, tanto da Ceturb quanto das empresas, atua recomendando que as pessoas não embarquem em veículos que já estejam com a lotação de bancos, mas afirma que entre um terminal e outro, ou entre os bairros e os terminais, essa fiscalização é mais difícil. A Companhia lembrou que foi disponibilizada uma nova função no aplicativo ÔnibusGV para que a população possa denunciar passageiros sem máscaras e viajando em pé. Essas denúncias são utilizadas para nortear as ações de programação das linhas, como já vem ocorrendo.

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