O Vaticano confirmou, na madrugada desta segunda-feira (21), a morte do papa Francisco, aos 88 anos. O pontífice faleceu na Casa Santa Marta, onde residia oficialmente. O anúncio foi feito pelo cardeal Kevin Farrell.
Francisco enfrentava problemas respiratórios e havia sido hospitalizado recentemente por cerca de 40 dias devido a um quadro de pneumonia dupla. Apesar da gravidade da condição, participou de eventos públicos nas últimas semanas, incluindo a tradicional bênção de Páscoa na Praça de São Pedro, no último domingo (20/4).
Com o falecimento, inicia-se o processo de escolha do novo líder da Igreja Católica. A eleição será conduzida pelo Colégio de Cardeais, composto por 120 eleitores com direito a voto. O conclave segue um rito dividido em três etapas: pré-escrutínio, escrutínio e pós-escrutínio. No pré-escrutínio, os votos são preparados; na fase seguinte, depositados e contabilizados; por fim, são analisados e queimados, preservando o sigilo do processo.
“A principal expectativa em torno do novo papa é compreender seu perfil e estilo. A dúvida que se coloca é se ele manterá a linha do pontífice anterior ou representará uma ruptura. A Igreja precisa lidar com temas cada vez mais sensíveis, e cada eleição representa uma nova chance de diálogo com a sociedade”, avalia Gabriel Marquim, professor de Comunicação Social da UNINASSAU Graças e doutor em Ciências da Religião.
Durante o conclave, os cardeais permanecem em regime de isolamento, sob a supervisão de um secretário responsável pela integridade do processo. “A tecnologia não interfere diretamente na eleição papal. Pelo contrário, há um forte controle para evitar qualquer influência externa, embora, naturalmente, os cardeais não estejam imunes às pressões do mundo atual”, explica o especialista.
Ao fim de cada votação, a atenção se volta para a chaminé da Capela Sistina. A fumaça preta indica que não houve consenso. A fumaça branca, por sua vez, anuncia que o novo papa foi escolhido. Cabe ao cardeal protodiácono fazer o anúncio oficial ao público da varanda da Basílica de São Pedro.
A eleição de um novo papa representa não apenas a continuidade da liderança religiosa da Igreja Católica, mas também um momento simbólico de grande impacto global. “O pontífice ainda mobiliza milhões, não apenas entre os fiéis, mas também em outras religiões e até entre não religiosos. Trata-se de um evento que continua a exercer forte influência no cenário internacional”, afirma Marquim.
A cerimônia de apresentação reforça o caráter tradicional, espiritual e sigiloso que marca a sucessão papal, mantendo viva uma das mais antigas instituições do mundo.