A Serra comemorou segunda-feira os seus 458 anos com muita festa e o prefeito Audifax Barcelos (PSB) estava do jeito que gosta: nos braços do povo. A festa aconteceu em dois locais: na Serra sede, com a celebração religiosa na praça da centenária igreja Nossa Senhora da Conceição, e no Parque da Cidade, em Valparaíso.
A euforia do prefeito estava estampada em suas feições e ele teve que se desdobrar para conseguir cumprir as duas agendas simultâneas. No centro da Serra que é o seu berço, caixa de ressonância política da cidade e de um povo que não abre mão de seus ritos históricos, é fatal negligenciar a festa.
Por outro lado sentir a revitalização do Parque da Cidade, uma grande obra construída por ele no primeiro mandato e deixada em segundo plano durante quatro anos por Vidigal, foi o ápice da satisfação do prefeito. Lá está montada a terceira maior árvore de Natal do Brasil, muita luz, muitas famílias, centenas de crianças, muita alegria, muitas brincadeiras. Provavelmente o momento mais feliz do prefeito desde a sua posse, em 1º de janeiro de 2013.
Festas à parte, a Serra é uma cidade muito dinâmica, em permanente mutação. Nesse momento ela passa por uma metamorfose. Com o crescimento do mercado imobiliário, houve também o avanço dos setores de comércio e serviços e ela vai diversificando a sua economia muito centrada na indústria. Torna-se uma cidade híbrida, melhora o seu paisagismo e sua população fica mais exigente quanto à qualidade dos serviços públicos, além de uma série de outras mutações oriundas dessa metamorfose.
Mas nem tudo são flores não! Há uma outra Serra que desafia as autoridades. É a Serra que cresce nas periferias, de forma desorganizada, marginalizada, carreando problemas e mais problemas para o poder público e enfraquecendo a cidade pujante que nasce de vultosos investimentos privados. Mudar o curso dessa realidade é o grande desafio de Audifax.
A despedida de um serrano honrado
Segunda-feira, dia de aniversário da cidade, estava sendo velada e sepultada uma figura lendária, correta, justa, querida e carismática. Trata-se de Orly Ciriaco Ferreira, vítima de um acidente automobilístico aos 82 anos na última quinta na BR 101. Morreu com todo o vigor: dirigia, cultivava a terra, andava, conversava, reunia a família, dava conselhos.
Orly era uma autoridade sem título, político sem nunca ter tido mandato, influente sem arrogância. Era um homem terno e que transmitia paz. Da porta de sua casa viu muitos e muitos prefeitos subirem e descerem as escadas da velha prefeitura, presenciou muitos fatos, contou e ouviu muitos casos.
Viúvo de Dilza Pimentel casou-se com Vera Sônia, sua companheira por 20 anos. Cativou muitos amigos, em especial o Netinho Pereira, que com certeza irá carregar a saudade do amigo. Mas tem também o Marciano, a Terezinha e Aldair, que se reuniam sagradamente na casa de Orly para o almoço dominical.
Senhor Orly fazia questão de andar alinhado e carregava no bolso da camisa uma caneta de boa qualidade, para fazer jus à sua invejável caligrafia, mesmo tendo poucos anos de estudos.
O legado que Orly deixa orgulha a esposa Sonia, os filhos Renato, Lincoln, Maria Helena e Orly Júbios; os netos Luana, Caio e Vitor e as noras Angela, Leila e Aline. E orgulha também a Serra, que ele tanto amou e que tantas alegrias lhe proporcionou.