Por Eci Scardini
O mercado político capixaba se agitou no final da semana passada com o lançamento da pré-candidatura do prefeito Audifax Barcelos por parte da Rede ao governo do ES, na eleição de 2018. Nessa época do ano, normalmente marcado pela apatia política, qualquer movimento ganha repercussão. E foi o que aconteceu.
Mas, efetivamente o que está por trás disso? Há uma necessidade extrema da Rede, a nível nacional, de ter um bom rendimento nas urnas, principalmente para deputado federal, e com isso obter o número mínimo de votos que a legislação exige para continuar a existir como um partido de respeito e não ficar embolado na ‘faixa de gaza’, com um monte de partidos nanicos, sem direito a fundo partidário e a tempo de televisão.
Esse é o temor de Marina Silva e sua turma. Como a Rede não vem atraindo nomes considerados ‘bons de voto’, a ordem é fazer barulho, e ‘lançar’ os principais cabeças do partido em cada estado a condição de candidatos a governadores, mesmo que não venha a ser. E assim está sendo feito no ES, com o prefeito Audifax.
No íntimo o prefeito sabe que ele não será candidato, a menos que o ‘cavalo passe arreado’, algo muito difícil para uma disputa de governador e Audifax não vai deixar para trás dois anos e nove meses de prefeito apenas para o partido fazer bonito nas urnas em 2018.
O que a Rede quer é emplacar a vice numa chapa provavelmente encabeçada por Renato Casagrande, que hoje, está mais próximo do PPS do prefeito de Vitória Luciano Rezende. Por isso houve essa alinhamento de Audifax com a senadora Rose de Freitas, é para valorizar o passe. É o jogo de forças do grupo “não-Hartung” se desenhando.
Já o governador Paulo Hartung (PMDB) fica lá no alto de sua majestade, com toda a sua habilidade, com um turbilhão de informações e com um saco de ‘bondades’ para ser lançado no ar a qualquer momento, mas que por enquanto a boca está amarrada. E o PSB de Renato Casagrande está lá, pronto para ser a tábua de salvação da Rede, assim como a nível nacional, mas deixando-os fazerem seus movimentos, que são legítimos.