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Equilíbrio dos Poderes

Pela primeira vez na história do país assistimos um senador, em exercício de mandato, ser preso. Ao mesmo tempo, observamos a postergação – quase que indefinida – do processo de investigação do Presidente da Câmara dos Deputados.

É bem verdade que na última semana, enfim, o processo contra o último conseguiu avançar na Comissão de Ética. Mas isso ocorreu somente após o Superior Tribunal Federal – STF tornar réu o Deputado Eduardo Cunha.

O que ambos casos têm em comum? A intervenção do Poder Judiciário em assuntos tipicamente políticos – já que apesar de envolver leis e integrantes do Poder Legislativo, os processos obedeceram a temporalidades distintas.

Nos exemplos citados a intervenção do Judiciário representa, em maior ou menor grau, uma incapacidade dos demais Poderes da República. Essa interferência é respaldada pelas leis e, em grande medida, pela ojeriza popular em relação à política. Contudo, o empoderamento excessivo do Judiciário pode causar, como um de seus subprodutos, desequilíbrios. A condução coercitiva deflagrada semana passada é um claro exemplo de possíveis distorções, criticada inclusive pelo Ministro do STF, Marco Aurélio Mello.

O que pode ser visto usualmente é uma falsa pretensão de extirpar a Política (isso mesmo, com “P” maiúsculo) das decisões jurídicas. E vale lembrar que dos três poderes, o Judiciário é o menos democrático: não se elegem por voto popular no Brasil juízes, procuradores e promotores, como ocorre com vereadores, prefeitos, deputados, governadores e presidentes. O equilíbrio entre os Poderes é condição essencial, sob pena de termos municípios, estados e União administradas por meio de ordens judiciais, em um cenário de instabilidade.

Analisando o município da Serra, podemos citar como exemplo de judicialização sócio-política a intervenção para definição do atual mandato na Presidência da Câmara Municipal. Só depois da interferência do Judiciário, o Legislativo Serrano teve seu atual desfecho.

Gabriel Almeida

Jornalista do Tempo Novo há mais de oito anos, Gabriel Almeida escreve para diversas editorias do jornal. Além disso, assina duas importantes colunas: o Serra Empregos, destinado a divulgação de oportunidades; e o Pronto, Flagrei, que mostra o cotidiano da Serra através das lentes do morador.

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