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Ana Paula Bonelli
Cerca de 800 notificações de macacos mortos por suspeita de febre amarela já foram registradas em todo o Espírito Santo. A informação é do professor de Zoologia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Sérgio Lucena.
Na Serra, a assessoria de comunicação da Prefeitura, confirmou que nove macacos foram encontrados mortos no município. O último foi um Bugio que foi achado morto no Mestre Álvaro na última terça – feira (28). O animal foi recolhido pela Vigilância Ambiental e será encaminhado para análise laboratorial para investigação da causa da morte.Dos outros oito animais encontrados anteriormente, 3 não tinham o vírus da febre amarela, 3 ainda estão em análise laboratorial e 2 tinham resultado positivo para a doença.
Por este motivo, por prevenção, os parques do município estão fechados, exceção apenas para o Parque da Cidade que continuará aberto ao público.
O zoológo, Sérgio Lucena, disse que agrande maioria dos macacos que estão morrendo é por conta da febre amarela. “Casos de pessoas agredindo ou matando os primatas tem sido raros. É sempre bom frisar que o macaco não transmite a doença.Ele é uma vítima e funciona como uma sentinela. Quando um macaco morre, sabemos que naquela região tem mosquito infectado e logo podemos traçar estratégias para proteger as pessoas”, destaca o professor.
A febre amarela é transmitida pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes que estão presentes em áreas rurais, florestas e matas nativas. “O Barbado e o Bugio, quando a doença chega numa mata onde eles estão, 80 a 90% da população morre. Enquanto os humanos apesar de correr o risco de contrair a doença, a grande maioria é imune e resistente a virose. Para o humano tem uma solução que é a vacina. Para os macacos não há o que se possa fazer para protegê-los. Extinções locais acabam acontecendo. O mais grave é que agora a febre chegou numa região da mata Atlântica que tem várias espécies ameaçadas, que estão sendo afetadas”, afirma Lucena.
Registros de saguis também existem. No caso desta espécie um estudo começará a ser feito no Departamento de Ciências Biológicas da Ufes com animais vivos. “Iremos fazer testes para ver se há contaminação”.