Bruno Lyra
Uma pilha de escória de alto forno da ArcelorMittal Tubarão foi jogado às margens da Lagoa Juara, que é área de preservação permanente. O material foi colocado na tarde da última quarta -feira (12) e vem sendo espalhado em ruas sem pavimentação do bairro Residencial Lagoa, na região de Jacaraípe.
A pilha de escória está praticamente encostada no espelho d’água da lagoa. Segundo o presidente do Instituto Brasileiro de Fauna e Flora (Ibraff), Claudiney Rocha, o temor é que os elementos químicos presentes na escória, resíduo industrial da produção de aço, aumentem os problemas ambientais na Juara, que sofre com esgoto e salinização excessivos.
“Com a chuva desta quinta-feira (13), a água passava sobre a escória e caía na lagoa. É um absurdo que esse produto seja usado para se espalhar em ruas, mas pior ainda é colocar na beira de uma lagoa”, critica.
Para a ativista do Movimento Ambiental da Serra, Luciana Castorino, a Arcelor deveria ter mais controle sobre o uso da escória que cede a terceiros. “Há escória nos alagados do Mestre Álvaro, em estradas rurais perto dos rios que abastecem a Grande Vitória. Isso é um risco para as pessoas e para o meio ambiente”, alerta.
O secretário de serviços da Serra, Guto Lorenzoni, disse que a prefeitura irá tirar a escória nesta sexta-feira (14) das margens da lagoa.
Já a ArcelorMittal disse, através da assessoria de imprensa, desconhecer a aplicação da escória na região. A reportagem enviou imagens para a empresa que insistiu em afirmar que não sabe que produto é aquele. Há cerca de dois meses, a siderúrgica garantiu que escória não oferece risco à saúde e ao meio ambiente e que pode ser aplicada em aterros e melhorias de estradas não pavimentadas.