O excesso de esgoto e a falta de água limpa por conta da seca que atinge o estado há três anos é a causa da mortandade de peixes que atingiu a lagoa Juara na Semana Santa em abril. É o que afirma o secretário de Meio Ambiente da Serra, Marcos Franco, após analisar o resultado das análises de água da lagoa encomendadas pela Prefeitura.
Segundo Marcos, a análises feitas no laboratório Agrolab ao custo de R$ 9 mil apontaram baixa quantidade de oxigênio, muito fósforo e nitrogênio, principalmente próximo à Praça da Tilápia, onde fica a foz do córrego das Laranjeiras, riacho urbano transformado em valão pelo lançamento de esgoto sem tratamento na região de Laranjeiras.
A quantidade de coliformes fecais – organismos presentes nas fezes – foi de 160.000 mil por 100 ml de água, número 64 vezes superior ao limite máximo para contato humano como a lagoa para recreação, como banho por exemplo. Já as análises sobre cianobactérias, organismos que se reproduzem muito em águas com esgoto e soltam toxinas, deu negativo.
O secretário disse também que os estudos apontaram maior quantidade de sal na lagoa do que no rio Jacaraípe, que liga a Juara ao mar. Desde 2014 o canal do rio foi aprofundado e alargado. A obra, que ainda não está pronta, aprofundou e alargou o canal do rio, com objetivo de reduzir as enchentes em Jacaraípe.
“Desde 2014 estamos vivendo uma grande seca, então está chegando pouca água doce e limpa à lagoa. A última mortandade (em abril) atingiu peixes de água doce e salgada. As análises apontaram que há mais sal na lagoa do que no rio, e isso prova que não foi a dragagem a responsável pela salinização”, defende Marcos.