Lagoa em área de preservação é poluída por esgoto da Cesan/Ambiental Serra

Águas contaminadas poluíram uma das nascentes da lagoa de Carapebus na manhã desta segunda-feira (06). Este foi o resultado de um vazamento da rede de esgoto operada pela Parceria Público Privada (PPP) entre Cesan e Ambiental da Serra na avenida Lenine em Cidade Continental, setor Ásia.

A denúncia foi feita pelo presidente da Associação de Moradores de Praia de Carapebus, Anderson Muniz, que esteve no local e fez  este vídeo:

Anderson acionou a fiscalização de meio ambiente da Prefeitura e protocolou reclamação junto à Ambiental Serra. Fiscais ambientais estiveram no local e logo depois uma equipe da Ambiental Serra fez o reparo na rede a lavou a rua.

“Em menos de quatro horas o vazamento de esgoto foi solucionado e até o asfalto foi lavado. Porém, aí vai a minha pergunta: eficiência na prestação do serviço ou pressão popular? Segundo morador vizinho ao problema, ele já havia aberto protocolo há cerca de uma semana e ninguém apareceu. É um descaso mesmo!”, escreveu Anderson numa rede social.

À reportagem, Anderson disse que estranhou uma ligação que teria recebido de uma representante da Ambiental Serra identificada apenas como Simone durante a ação da fiscalização da Prefeitura. “A Simone me ligou pedindo o nome dos fiscais da Semma (Secretaria Municipal de Meio Ambiente) que estavam no local. Achei estranho e disse que não passaria, que aquela informação não interessava a Ambiental Serra”, afirma.

Da avenida Lenine, o esgoto escorreu até a mata onde ficam nascentes da lagoa Carapebus. Vale lembrar que o local é protegido por lei, faz parte da Área de Proteção Ambiental Estadual de Praia Mole.

Concessionária será autuada pelo município

Em nota, a Semma informou que a Cesan/Ambiental Serra será autuada. Mas não adiantou se haverá multa e nem o valor. A reportagem solicitou um posicionamento da Ambiental Serra através da assessoria de imprensa da Cesan, que é quem responde pela PPP. Mas até o momento da publicação dessa reportagem não obteve retorno.

Instituída em janeiro de 2015 sob a justificativa de ampliar a cobertura de coleta e tratamento melhorar a qualidade do esgoto tratada na Serra, a PPP vem sendo objeto de polêmica. Uma das principais é a frequência com que esgoto coletado – e cobrado – é lançado sem o devido tratamento no meio ambiente. Por conta disso, a Ambiental Serra e a Cesan já acumulavam, até julho do ano passado, valores milionários somados em mais de 50 multas aplicadas pela Prefeitura.

E na semana Cesan e Ambiental Serra foram flagradas jogando esgoto sem tratamento no córrego Doutor Róbson em Vista da Serra, situação que virou até caso de polícia. O manancial é um dos formadores da lagoa Juara.