Doença que afeta mais de 10% da população feminina, o lipedema se manifesta pelo acúmulo desproporcional de gordura em membros, como pernas, coxas, quadris e pernas. Por se tratar de uma doença crônica e progressiva, o tecido gorduroso tende a aumentar nas partes afetadas, caso não haja um tratamento adequado.
Apesar da incidência, o lipedema ainda é cercado de desinformação e gera muitas dúvidas acerca do tratamento ideal para evitar o avanço da doença para estágios mais graves, quando pode ocasionar até na perda ou no comprometimento da mobilidade da paciente.
Um dos erros mais comuns é acreditar que a lipoaspiração é a única solução para combater a patologia. “A cirurgia é uma das soluções terapêuticas, mas não basta apenas retirar a gordura doente. O lipedema é uma doença sistêmica e que infelizmente ainda não tem cura, por isso, exige outros tratamentos que a paciente deve receber ao longo de toda vida”, explicou a cirurgiã plástica Patricia Lyra, do Instituto Lipelife.
Além dos impactos estéticos causados pela gordura acumulada, o lipedema provoca dores, sensibilidade, inchaços, exaustão e hematomas no corpo. Por isso, é muito importante estar atenta aos sinais do corpo, e se a mulher apresentar esses sintomas, é preciso buscar ajuda médica especializada para que seja feita uma investigação.
“Em razão do acúmulo de gordura, muitas pacientes acabam apostando em dietas restritivas e exercícios físicos pesados, mas no caso do lipedema, apenas essas medidas não são suficientes. O tratamento deve ser contínuo e multidisciplinar, com atuação de diversos especialistas, como médico endocrinologista, fisioterapeuta, nutricionista, angiologista, educador físico e, em caso de indicação cirúrgica, cirurgião plástico”, explicou a médica endocrinologista Lusanere Cruz, que atua no tratamento do lipedema.
Outro erro perigoso é fazer procedimentos estéticos para eliminar gordura. “Existem algumas tecnologias que podem ser associadas ao tratamento, mas elas devem ser muito bem orientadas e prescritas pela equipe multidisciplinar. Caso contrário, além de não trazerem resultados, alguns procedimentos estéticos convencionais podem agravar a doença”, alertou a fisioterapeuta Larissa Musso, especialista no tratamento do lipedema.
Erros recorrentes cometidos por quem tem lipedema
1 – Apostar na lipoaspiração como única e melhor solução
Apesar de nem todos os casos terem indicação de cirurgia, a intervenção cirúrgica é uma medida eficaz no tratamento da doença, mas não é a única. O tratamento conservador é fundamental antes e também após a cirurgia, que deve ser realizada por um cirurgião especializado em tratar a doença.
2 – Fazer dietas restritivas e exercícios sem orientação
É comum confundir lipedema com obesidade, mas apesar das semelhanças, são duas condições distintas. No caso do lipedema, a gordura doente não é eliminada apenas com dietas e exercícios, como geralmente ocorre com pessoas obesas. Por isso, a atividade física e a dieta da paciente devem ser orientadas por profissionais especialistas no tratamento da doença, juntamente com outras terapias, como fisioterapia e medicamentos.
3 – Não fazer tratamento conservador contínuo
Mesmo após alcançar resultados, a paciente com lipedema não deve suspender o tratamento, por se tratar de uma doença crônica, progressiva e ainda sem cura. Ao suspender o tratamento, há um risco aumentado de a doença avançar para estágios mais graves, ou seja, quando ocorre um aumento no acúmulo de gordura nas partes afetadas.
4 – Realizar procedimentos estéticos para perda de gordura
Tratamentos estéticos convencionais para eliminar gordura em pessoas com excesso de peso não ajudam e muitos ainda podem agravar a doença. Portanto, a realização de procedimentos para fins estéticos em paciente com lipedema é limitada e com indicações precisas.
Fonte: Especialistas do Instituto Lipelife