Muitas expectativas rondam o governo Hartung (PMDB). São expectativas positivas, haja vista o desempenho do governador os seus dois primeiros mandatos entre 2003 e 2010. Naqueles oito anos o Estado viveu um período de organização governamental e de crescimento social e econômico.
Obras importantes foram iniciadas, terminadas e outras deixadas para o sucessor Renato Casagrande (PSB) dar continuidade. Foram obras nos setores de segurança pública, educação, saúde, saneamento básico, eletrificação rural e sistema viário.
Os dois primeiros mandatos de Hartung também foram marcados por um planejamento estratégico indicando para onde e como cresceria o Espírito Santo. Foram projetadas linhas férreas na região norte do Estado, escoando parte da produção de Minas Gerais desaguando em São Mateus e no Sul, escoando a produção do setor de rochas ornamentais até portos instalados na Grande Vitória.
O planejamento indicava também a construção de um porto de águas profundas, de portos de suporte à exploração petrolífera, de plantas siderúrgicas, no setor de exploração de petróleo, pilotados pela Petrobras e por empresas vencedoras de licitações de blocos petrolíferos.
São projetos que demoram a sair do papel, mas que são grandes indutores de crescimento do setor terciário. Mas o ES sabe para onde crescer, sabe que se tornará um grande polo de exportação de comodities e importador de cargas diversas. E que o resultado disso será um Estado de economia forte, de produto interno bruto (PIB) alto e com capacidade para reduzir os problemas sociais.
A Serra é um dos municípios que esperam muito do governo Hartung, principalmente na educação, segurança, assistência social e mobilidade urbana. O boom econômico da Serra a partir de 1980, que tanto ajudou financeiramente o Estado, veio carregado de problemas sociais. E o município sozinho não consegue resolvê-los.
As urgências da Serra
Duas obras resolveriam metade dos problemas de mobilidade no município: o contorno do Mestre Álvaro e o mergulhão na BR 101, em Eurico Salles. Tão sonhadas e prometidas, essas obras se arrastam há mais de 10 anos. Se saírem do papel serão a redenção dos moradores e motoristas que cruzam a cidade. A falta desses viários tem repercussão estadual e até nacional. Faz todos perderem dinheiro e paciência.
Há também grande expectativa quanto aos investimentos nas áreas de educação e segurança. A Serra tem uma carência de escolas de ensino médio e tem obras de reforma de escola que se arrastam por anos a fio, como é o caso da Aristóbulo Barbosa Leão, uma das principais do Estado no Município na Serra. Seria de bom alvitre, assim que tomar pé da real situação da Secretaria de Educação, o titular da pasta, Haroldo Correa Rocha, vir à Serra explicar o que está acontecendo e dizer o que vai fazer.
A Serra também não aguenta mais conviver com tanta violência. O ano mal começou a até o dia 6 já eram contabilizados quatro assassinatos, fora os roubos, assaltos e outros tipos de crimes que a população convive cotidianamente. O troféu de campeão em números de assassinatos persegue a Serra há mais de duas décadas. No governo de José Ignácio Ferreira foi criado o Pro Paz, que não redundou em nada; nos dois primeiros mandatos de Paulo Hartung foi instituído o Ciodes, mas a Serra continuou líder em crimes. Já no governo de Renato Casagrande foi implantado o Estado Presente, que foi o mais eficaz dos três, mas longe de inibir a violência na cidade.
Tem outras obras esperadas, como contorno de Jacaraípe BRT, terminal de passageiros na região da Serra centro, investimentos em saneamento básico. Mas as ações citadas acima são as mais urgentes. Elas são para salvar vidas e abrir oportunidades.