O mês de março será marcado pelo início da vacinação contra a Influenza no Espírito Santo. A Secretaria da Saúde (Sesa) definiu a antecipação da 24ª Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza e a expectativa é de imunizar cerca de 1,5 milhão de pessoas. Dividida em duas etapas, a campanha, que tem por objetivo reduzir as complicações, internações e mortalidade decorrentes das infecções pelo vírus da Influenza na população-alvo para a vacinação, estende-se até o dia 03 de junho de 2022 e o dia D de mobilização social vai acontecer no próximo dia 30 de abril.
O Estado recebeu, nessa terça-feira (22), doses da vacina contra Influenza e a distribuição teve início, nesta quarta-feira (23), para as Regionais Sul, Norte e Central e aos municípios da Regional de Saúde Metropolitana, que já poderão dar início à Campanha.
Para este ano, a primeira etapa vai contemplar os idosos com 60 anos ou mais e os trabalhadores da saúde – uma população estimada, segundo dados do Ministério da Saúde, de 704.772 pessoas. A vacinação para a primeira etapa ocorre até o dia 02 de maio.
Na segunda etapa, com previsão de início no dia 03 de maio, serão contemplados: crianças (6 meses a menores de 5 anos), além de gestantes; puérperas, povos indígenas, professores, comorbidades, pessoas com deficiência permanente, caminhoneiros, trabalhadores de Transporte Coletivo Rodoviário Passageiros Urbano e de Longo Curso; trabalhadores Portuários; Forças de Segurança e Salvamento; Forças Armadas; funcionários do Sistema de Privação de Liberdade; população privada de liberdade e adolescentes e jovens em medidas socioeducativas, que juntos formam uma população de 787.802 pessoas no Estado.
A influenza é uma infecção viral aguda, que afeta o sistema respiratório, e é de alta transmissibilidade e de distribuição global, com tendência a se disseminar facilmente em epidemias sazonais, podendo também causar pandemias.
Desta forma, segundo explica a coordenadora do Programa Estadual de Imunizações e Vigilância das Doenças Imunopreveníveis da Sesa, Danielle Grillo, é importante que o Estado siga as recomendações do Ministério da Saúde em alcançar a meta de vacinação de 90% dos grupos prioritários: crianças de 6 meses a menores de 5 anos, gestantes, puérperas, idosos com 60 anos ou mais, povos indígenas, professores e trabalhadores da saúde.
“Fomos um dos dois únicos estados do Brasil a atingir a meta no último ano, diante de um esforço e dedicação dos municípios em ofertar as doses aos públicos prioritários. Alcançar a cobertura de 90% se traduz em maior segurança à população prioritária, que tem mais chances de adoecimento e casos graves de gripe. Por isso, é tão importante que eles se vacinem. É importante ressaltar que, independentemente de terem tomado a dose recentemente, se for a vacina influenza com as cepas de 2021, é necessária a dose com a vacina atualizada este ano, de acordo com as cepas que estão em circulação no ano 2022”, ressaltou Danielle Grillo.
Campanhas de vacinação acontecerão ao mesmo tempo
Para este ano, os capixabas terão outras oportunidades de atendimento na ida ao ponto de vacinação do município. É que concomitante à Campanha de Vacinação contra a Influenza, também está disponível para alguns públicos, doses contra o sarampo, além da vacinação contra a Covid-19.
A população idosa com 60 anos ou mais, que será contemplada na primeira etapa de vacinação contra gripe, também poderá colocar o esquema vacinal contra a Covid-19 em dia, caso haja atraso em alguma dose. Para aqueles que estão com o esquema completo com três doses, há ainda a oportunidade de tomar a quarta dose, que foi autorizada no Estado, nessa segunda-feira (21).
Em relação aos trabalhadores da saúde, há a oferta de doses contra o sarampo, por meio da 8ª Campanha Nacional de Seguimento e Vacinação de Trabalhadores da Saúde contra o Sarampo.
Já para as crianças, os pais devem ficar atentos às datas, uma vez que as campanhas de Influenza e Sarampo para este público têm previsão de início no dia 03 de maio. Vale ressaltar que a vacinação contra a Covid-19 não contempla crianças menores de cinco anos.
Estado é o segundo a atingir meta de 90% de cobertura vacinal no País
O Espírito Santo foi o segundo estado brasileiro a alcançar a cobertura de 90% dos grupos prioritários na 23ª Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza. A meta foi alcançada no final de janeiro deste ano, uma vez que a Campanha foi ampliada pelo Ministério da Saúde em virtude da baixa adesão. Ainda segundo dados do órgão federal, apenas o Espírito Santo (90%) e o Amapá (93,2%) alcançaram a meta.
Com mais de 2,2 milhões de doses aplicadas em todo o Estado, a cobertura por grupos prioritários incluiu crianças (96,8%); gestantes (99,3%); idosos (85,8%); povos indígenas (109,4%); puérperas (98,4%); e trabalhadores da saúde (88,2%).
“Durante o início da campanha contra a gripe do ano passado, tivemos uma baixa adesão dos grupos prioritários, muito por conta da vacinação contra a Covid-19, num momento em que essas vacinas não podiam ser aplicadas simultaneamente, pois era necessário intervalo de 15 dias entre elas. Com isso, tivemos muitas perdas de oportunidades de vacinação. Já no segundo semestre, com o fim do intervalo entre as duas vacinas, passamos a ter uma procura maior, que coincidiu também com o cenário de aumento de casos da influenza no Estado”, afirmou Danielle Grillo.
Apesar das dificuldades, Grillo informou que o Estado teve a melhor cobertura entre os idosos em todo o País. “A expectativa é que possamos, para esta nova campanha, poder superar a meta anterior e também atingir mais de 90% em todos os grupos”, acrescentou a coordenadora do Programa Estadual de Imunizações e Vigilância das Doenças Imunopreveníveis da Sesa.
Dados epidemiológicos de SRAG por Influenza no Espírito Santo em 2021
Segundo dados do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe), até a semana epidemiológica de nº 10 de 2022, o Estado registrou 55 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave por Influenza e 12 óbitos. Em 2021, foram registrados 200 casos e 47 óbitos, sendo que 80,8% desses óbitos foram em idosos de 60 anos ou mais.
Segundo a referência estadual da Vigilância da Influenza, da Secretaria da Saúde, a infecto pediatra Mariana Ribeiro Macedo, o aumento de casos observado nos últimos meses de 2021 pode ter sido propiciada em virtude da cobertura vacinal. “Sabemos que a infecção pelo vírus influenza é uma doença endêmica, mas de fato a baixa cobertura vacinal pode levar ao aumento do número de casos, especialmente os de maior gravidade, na população com ou sem fator de risco, a exemplo o final do ano de 2021”, disse.
Ainda de acordo com a médica, as vacinas disponibilizadas para a campanha deste ano têm compostos diferentes do ano anterior e, por isso, a importância de atualização do esquema vacinal dos grupos prioritários. “A vacina deste ano está diferente do ano passado, com a incorporação de duas novas cepas, a Influenza H3N2 B Darwin e a B Austrália. Essas, junto à H1N1 A Victoria, compõem a vacina trivalente, que será ofertada pelo Sistema Único de Saúde. Assim, quem se vacinou ano passado e/ou teve a doença e está contemplado na vacinação para este ano, tem que se vacinar novamente”, salientou Mariana Macedo.
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