Categories: Meio Ambiente

Estado endurece lei contra maus tratos a animais nativos e exóticos

Policiais Militares Ambientais em ação de soltura de pássaros silvestres no sul do ES. Foto: Divulgação / BPMA

Vão ficar mais rigorosas as punições contra quem maltratar animais tanto nativos quanto exóticos no Espírito Santo. É que com a criação da Política Estadual de Proteção à Fauna Silvestre multas para infratores ficarão maiores. A regra também traz novas tipificações de maus tratos, além de dar a fiscais do Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema) e agentes da  Polícia Militar Ambiental mais ferramentas legais para coibir crimes.

Quem explica é o coordenador de Fauna do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), Weslei Pertel. A nova regra foi publicada no final de dezembro e estará em vigor a partir de 27 de março. “Ao flagrar alguém transportando ou mantendo animal preso sem autorização, agentes do Iema ou da Polícia Ambiental não podiam multar, apenas recolher o bicho. Para multar, tínhamos que acionar o Ibama. Não vai precisar mais. E antes os valores da multa eram limitados a R$ 500 por animal. Com a nova lei, o valor mínimo será de R$ 1.750 por animal, podendo chegar a R$ 14 mil dependendo da espécie”, explica.

Weslei ressalta que a norma tanto vale para animais nativos da fauna brasileira, quanto exóticos como gatos, cachorros e outros.

Segundo Weslei, o valor arrecadado será destinado ao Fundo de Fauna Silvestre – também criado pela nova lei – e poderá ser direcionado a recuperação de habitats de animais silvestres e estruturação de locais para tratamento dos bichos apreendidos ou resgatados.

“Um exemplo de local que poderá receber esse dinheiro é o Cetas (Centro de Triagem de Animais Silvestres) em Barcelona, na Serra. Se a multa foi aplicada pela PM, 55% do valor arrecadado voltará para o Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA) investir em infraestrutura de combate à crimes contra a fauna”, detalha Weslei.

O coordenador explica ainda que outra mudança importante é que o BPMA – cuja sede fica ao lado do Cetas de Barcelona – agora também passará a ter o poder de polícia administrativa, podendo a lavrar boletim de ocorrência unificado, emitir auto de intimação e embargar atividades irregulares com animais.

Há ainda mais novidade na regra, continua o coordenador.  “Agora os animais passam a ter direitos despersonificados. Por exemplo, um animal de criador ou pertencente a um comerciante autorizado, deixará de ser apenas coisa ou objeto e passa a ter direitos reconhecidos. Na prática, há dificuldades para enquadrar, por maus tratos, quem tem licença para criar ou vender animais. A nova lei apara essa aresta. Há um projeto de lei semelhante no Senado, mas o Espírito Santo se antecipou ”, salienta.

Além desses mudanças, a Política Estadual  de Proteção à Fauna Silvestre A lei também cria o Sistema Integrado de Gestão da Fauna Silvestre (SIGFAU). Segundo a assessoria de imprensa do Iema, o sistema dá ferramentas para o controle de criação e do comércio da fauna silvestre, trazendo uma resposta mais ágil na solicitação de licenças e também de fiscalizações.

Histórico  

De acordo com Weslei, em 2011 a legislação federal dividiu a competência entre Ibama e Estados a gestão sobre a fauna. Equanto o Ibama, órgão da União, seguiu com os animais soltos na natureza, os estados passaram a ter competência sobre os bichos presos.

Paulatinamente, o Espírito Santo foi criando marcos legais para a tarefa. Em 2013, de acordo com Weslei, o Iema passou a liberar manejo de fauna em obras de impacto ambiental. Em 2015 passou a ser responsável por licenciar criação amadora de pássaros. Em 2017 passou a dar licença para a criação comercial não só de pássaros como de outros animais silvestres, incluindo para corte. No mesmo ano, também começou a liberar zoológicos e instalação de Cetas (Centros de Triagem e Recuperação de Animais Silvestres).

“Foram várias responsabilidades adquiridas, mas faltava uma ferramenta legal robusta para poder atuarmos contra os maus tratos. Quando fiscais do Iema ou a Polícia Ambiental flagravam irregularidades,  tudo que podia fazer era recolher o animal. Para autuar e multar, era preciso recorrer ao Ibama. Começamos a propor esse novo marco legal ainda em 2013 e, com apoio de ONG´s, ajuda do Governador e compreensão da Assembleia Legislativa, conseguimos a aprovação”, conclui Weslei.

 

Redação Jornal Tempo Novo

O Tempo Novo é da Serra. Fundado em 1983 é um dos veículos de comunicação mais antigos em operação no ES. Independente, gratuito, com acesso ilimitado e ultra regionalizado na maior cidade do Estado.

Últimas postagens

Servidores do Governo do ES recebem pagamento dia 29 de novembro

O Governo do Estado anunciou o pagamento dos salários do funcionalismo no próximo dia 29. Segundo informações do Poder Executivo…

21 minutos atrás

Acidente com ônibus na Serra deixa 17 feridos

Três veículos colidiram na tarde desta sexta-feira (22) próximo a entrada para o bairro Colina de Laranjeiras/ Reprodução Redes Sociais…

8 horas atrás

Velocidade na Terra encerra temporada neste fim de semana em Aracruz

O torneio acontece na pista localizada próximo ao colégio Honório Nunes de Jesus no bairro Morobá em Aracruz/ Divulgação As…

8 horas atrás

Com 53,08% dos votos, Érica Neves é eleita a primeira mulher presidente da história da OAB-ES

A advogada Érica Neves foi diretora da Associação Brasileira de Advogados (ABA) no Espírito Santo/ Divulgação A advogada Érica Neves…

9 horas atrás

Alunos da guarda fazem mutirão para doar sangue na Serra

Futuros agentes da Serra fazem mutirão de doação de sangue/ Divulgação GCM Serra A Guarda Civil Municipal da Serra (GCM) realizou…

9 horas atrás

Morre motorista baleado na cabeça durante discussão na Serra

A vítima foi encontrada com um tiro na cabeça e outro no braço esquerdo dentro do próprio carro no último…

10 horas atrás