Mesmo com o aumento alarmante nos casos de dengue no Espírito Santo, o estado está sem o inseticida que é utilizado para combater o mosquito transmissor desta doença e também do vírus da zika e chikungunya. O problema acontece porque o Ministério da Saúde suspendeu o fornecimento do produto para todos os estados brasileiros por conta de problemas encontrados no veneno.
Para se ter uma ideia, só no município da Serra, já foram mais de 10 mil pessoas infectadas pela dengue em 2019, sendo que quatro desses casos evoluíram para óbito. Segundo informações da Prefeitura da Serra, o aumento dos casos este ano, em comparação ao mesmo período do ano passado, é de quase 2.100%. Neste ano, já foram 10.582, enquanto no ano passado foram apenas 483.
A Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) confirmou a falta do inseticida Malathion para o TEMPO NOVO na manhã desta terça-feira (11) e disse que já alertou os municípios capixabas, inclusive a Serra sobre o desabastecimento. “Imediatamente a Vigilância Estadual notificou os municípios sobre o desabastecimento e orientou sobre a intensificação de outras ações de combate ao vetor que vão além do controle químico”, disse por meio de nota.
Vale destacar que esse inseticida não é utilizado nos carros fumacês. É usado apenas no UBV, que é bloqueio feito com bombas costais. Esse veneno é essencial, pois mata o Aedes. A reportagem entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde para confirmar quais impactos o município sofreria por conta da falta do produto. Assim que a demanda for respondida, será publicada neste espaço.
Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde divulgou uma nota no final de maio onde diz que está trabalhando na tentativa de minimizar os problemas causados pela falta do inseticida. Segundo a nota, devido ao desabastecimento, que atingiu vários estados, houve a tentativa de empréstimo do inseticida com outros países da América do Sul, mas não havia disponibilidade do produto. O ministério ainda não tem uma previsão para solucionar o problema.
“Dessa forma, devido o desabastecimento, reforça-se a necessidade da intensificação das ações de rotina visando diminuir a transmissão de casos, com a realização de visita casa a casa, resgate de imóveis pendentes, mobilização da população e mutirões de limpeza. As ações de controle vetorial devem ser planejadas para serem executadas de forma permanente, promovendo a articulação sistemática com todos os setores do município”, disse na nota.