Renato Ribeiro
Nem mal conquistou o direito de sediar o Instituto Nacional da Mata Atlântica (Inma), o Espírito Santo já pode perdê-lo. É que alegando corte de despesas, o Governo Federal pretende extinguir este e outros institutos voltados para a pesquisa e conservação dos ecossistemas brasileiros e transformá-los numa entidade mais modesta, cuja sede ficaria na região Nordeste.
Criado no início de 2014, o Inma foi instalado no museu Melo Leitão em Santa Teresa, cidade das montanhas capixabas. A escolha não foi à toa. O museu foi fundado pelo cientista e ativista capixaba Augusto Ruschi em 1949 e conserva parte da prodigiosa obra científica do homem que virou referência mundial na preservação ambiental e Patrono Nacional da Ecologia.
A proposta do governo é transformar os institutos da Mata Atlântica, do Semiárido, das Águas e do Pantanal, em Instituto dos Biomas Brasileiros, cuja sede ficaria no Nordeste do país. No Melo Leitão ficaria a coordenação de pesquisas sobre a mata Atlântica.
Para o Diretor do Inma, Hélio de Queiroz Boudet Fernandes, a fusão desses quatro institutos, poderá representar uma dificuldade de compreensão dos biomas do país. “A Mata Atlântica já é muito complexa. A fusão do Inma com outros institutos com temáticas bastante diferentes poderá resultar em uma organização faltando peças chave para a compreensão dos biomas brasileiros. Obviamente o Inma perderia prestígio, considerando a sua mudança de status para coordenação”, completou.
A Associação de Amigos do Museu Mello Leitão (Sambio), está fazendo um abaixo assinado na internet para tentar impedir a extinção do Instituto da Mata Atlântica e já conseguiu 14 mil assinaturas.