Após conflitos entre a prefeitura da Serra e o governo do Estado, parece que o impasse dos convênios está perto de chegar ao fim. Isso porque em conversa com a reportagem do Tempo Novo na última quarta-feira (13), o governador Renato Casagrande (PSB) confirmou a repactuação das parcerias no município e disse que a cidade vai ter um “um plano robusto de desenvolvimento”.
Casagrande suspendeu todos os convênios firmados nos últimos três meses do governo de Paulo Hartung (sem partido) junto a várias prefeituras capixabas, inclusive a da Serra, que totalizava cinco convênios no valor de R$ 24 milhões.
A suspensão gerou muita insatisfação do prefeito da Serra, Audifax Barcelos (Rede), que se negou a devolver os cerca de R$ 8 milhões que já haviam sido depositados na conta do município. Após negociações turbulentas, chegou-se a um acordo de que a prefeitura devolveria os recursos já depositados e o Estado iria acelerar a repactuação das parcerias. Com isso, de acordo com Casagrande, essa semana, Estado e prefeitura já reassinaram o convênio para equipar a UPA de Castelândia, no valor de R$ 2 milhões; e deve nos próximos dias dar sequência à parceria com o Hospital Materno Infantil, no valor de R$ 8.2 milhões.
“Já reassinamos o convênio da UPA de Castelândia. Nos próximos dias, vamos reassinar o convênio dos equipamentos do Hospital Materno Infantil da Serra. E vamos trabalhando com essa cautela, que é necessária nesse ano de 2019”, disse Casagrande. A reportagem confirmou a informação junto à assessoria de imprensa da prefeitura, que agora diz aguardar a efetivação do repasse de valores para a próxima semana.
Perguntado sobre novos investimentos no município, Casagrande anunciou que haverá um plano de desenvolvimento local, mas não adiantou detalhes. “A Serra é locomotiva para este estado, puxa o Espírito Santo para frente; e é muito melhor um município puxando o estado do que a gente ter que empurrar o município. Então, é isso que nos garante também ainda mais condições para que a gente possa trabalhar e ter um plano robusto de desenvolvimento para a cidade”.
Convênios atingidos
Na Serra, foram impactados cinco convênios no valor global de R$ 24 milhões: dois na área da Saúde, para equipar a UPA de Castelândia, no valor de R$ 2 milhões; outro para equipar o Hospital Materno Infantil, com valor de R$ 8.2 milhões. Além desses, havia mais três convênios para obras de mobilidade urbana em Laranjeiras, Bairro de Fátima e Barcelona, que somam R$ 14 milhões.
Tubarão fraco exige diversificação
A reportagem questionou Casagrande sobre os impactos econômicos decorrentes do enfraquecimento do arranjo mínero-siderúrgico do complexo de Tubarão, por conta da paralisação da Samarco, além das sanções dadas à Vale após o rompimento da barragem em Brumadinho. Casagrande aposta na retomada dessas empresas e defende a diversificação de mercado.
“Precisa, além de fortalecer esse segmento (mineração e siderurgia), mesmo que esteja enfraquecido nesse momento; mas o Estado tem que pensar para adiante, com novas empresas que possam agregar valor aos produtos culinários aqui do Espírito Santo. Mudar o perfil de uma economia exportadora para uma economia provedora de tecnologia e incorporar a inovação tecnológica. Apoiar as micro, pequenas e médias empresas, pois a Serra é cheia delas. A gente tem que trabalhar junto para que possamos construir um ambiente de negócios melhor”, disse o governador.
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