Bruno Lyra
Como a chuva prevista para vir com a frente fria do último final de semana praticamente não deu as caras no ES, o abastecimento de água da Serra está cada vez mais ameaçado pela estiagem que dura desde 2014. Segundo previsão da Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh) divulgada há três semanas, o fornecimento de água na Serra só está garantido até meados de julho caso não haja chuvas significativas até lá.
O rio Santa Maria, que abastece a cidade, estava com apenas 2,8 mil litros por segundo nesta quarta (04), pouco mais de 20% da vazão média para esta época do ano. De acordo com a gerente de Distribuição de Água da Cesan, Fabiana Coutinho Raposo, este era o volume captado pela empresa para abastecer a Serra e zona norte de Vitória.
Tanto que toda a água que chegava no ponto de captação nesta quarta estava sendo utilizada pela Cesan, não sobrando qualquer vazão para o trecho final do rio, que formam os manguezais das regiões do Lameirão e Ilha das Caieiras em Vitória.
A situação é tão dramática que, por falta de força, a água do mar vem invadindo o Santa Maria e já está na barreira que a Cesan fez no distrito de São José do Queimado, entre Serra e Cariacica. Fato que gera risco de salinização da água que abastece a população da Serra, zona norte de Vitória, Praia Grande em Fundão e parte de Cariacica, áreas atendidas pelo manancial.
E a situação poderia estar pior, não fosse a reserva de água na represa da hidrelétrica de Rio Bonito em Santa Maria de Jetibá, cujo volume vem abaixando nas últimas semanas.
O ‘plano B’ da Cesan, o rio Reis Magos, também está com a vazão prejudicada pela seca. E as obras de captação, tratamento e distribuição deste manancial só devem ficar prontas no fim do ano, segundo Fabiana.