A longa estiagem que castiga o Estado não está dando trégua e volta a ameaçar o abastecimento de água na Serra. O rio que abastece o município voltou a ficar com a vazão abaixo no nível crítico esta semana.
Segundo o monitoramento da Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh), na última quarta (13) o rio tinha apenas 2,7 mil litros por segundo (l/s) de vazão no distrito do Queimado, região rural da Serra onde a Cesan capta água para abastecer a população. O nível crítico é 3,8 mil l/s segundo. A vazão média esperada para janeiro é quase nove vezes a atual: 23,8 mil l/s.
Com a situação, praticamente toda água que chega no rio é captada pela Cesan, deixando os manguezais do Lameirão na baía de Vitória sem a água doce do Santa Maria. Realidade que vem acontecendo desde o final de janeiro do ano passado, que só foi aliviado em poucos dias de chuva que caíram em 2015.
A escassez vem afetando o abastecimento da Serra. No bairro Belvedere, a Cesan só fornece água entre 06h e 12h. Em Chapada Grande, água só de carro pipa. O Santa Maria atende, além da Serra, a zona norte de Vitória, parte de Cariacica e Praia Grande em Fundão. É também o provedor do líquido para Vale e ArcelorMittal Tubarão, seus dois maiores consumidores individuais.
Apesar do cenário, o presidente da Agehr, Paulo Paim, havia dito em dezembro que mesmo que não chovesse, o Santa Maria garantiria água até o próximo abril, por conta da reserva feita na represa da hidrelétrica de Rio Bonito, em Santa Maria de Jetibá.
De acordo com o Instituto Capixaba de Pesquisa e Extensão Rural (Incaper), até o último dia 23 de dezembro havia chovido em Santa Maria de Jetibá, onde estão as nascentes do rio, com metade do previsto para o ano. O mesmo aconteceu na Grande Vitória.