Por Anderson Soares
Mais da metade do Casarão de Balneário Carapebus está com a estrutura comprometida. A avaliação é da Defesa Civil do município, que vistoriou o imóvel após o incêndio do último dia 25 de novembro.
No entanto, através da assessoria de imprensa, o órgão disse que ainda é possível recuperar o imóvel, que foi doado pela construtora mineira à ong Instituto Goiamum dias antes do incêndio.
Já o Corpo de Bombeiros, que havia dado prazo de 10 dias para divulgar o laudo com as causas do incêndio, ainda não sabe o que provocou o fogo. “Por causa do tamanho do local houve a necessidade de novas diligências para realização de exames mais detalhados”, justificou a corporação em nota à reportagem. A suspeita é que o incêndio tenha sido criminoso.
Apesar do quadro desolador do imóvel, que antes do incêndio estava avaliado em R$ 1,3 milhão, o Instituto Goiamum deve seguir como dono do local. Pelo menos é o que garante o diretor da entidade, Iberê Sassi. “Não há planos de devolver o imóvel para a MRV”.
Iberê também acusa a construtora de omissão no caso. No entendimento dele a MRV deveria ter feito a vigilância do imóvel. A empresa discorda. Através da assessoria de imprensa diz que a responsabilidade pela vigilância era do Goiamun, uma vez que o incêndio ocorreu após a doação.
Além dos órgãos que fazem a analise do incêndio, o caso também está sendo acompanhado pela Delegacia Patrimonial de Novo Horizonte.
História
Construído na década de 1950, o Casarão possuía 54 cômodos, interligados por túneis e passagens secretas. Lendas entre moradores antigos da região contam que o idealizador e primeiro dono era obcecado por segurança e seria simpatizante do nazismo.
No início da década de 2010, a MRV comprou a área para a instalação de condomínios populares. Ela chegou a destelhar o Casarão em 2011, mas foi impedida de demolir o imóvel diante da repercussão negativa. Na época, uma alteração do Plano Diretor Municipal transformou a área em local de interesse histórico.
A solução encontrada pela construtora foi doar o Casarão para o Instituto Goiamum dirigido por Iberê Sassi. A sede da entidade é vizinha ao Casarão. Iberê é ex-funcionário do Ibama e atua como ongueiro nos conselhos Estadual e Municipal de Meio Ambiente.
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