Ayanne Karoline
Se te perguntassem o que um estudante de Direito faria para complementar a renda, provavelmente, não passaria pela sua cabeça a venda de chup chup na praia. Mas, uma moradora de Nova Almeida tem quebrado as regras do óbvio e está fazendo sucesso com seus chup chups e pavês em pote.
Ela é Elizângela Lírio, cursa Direito em uma faculdade de Laranjeiras e tem um sonho: ser juíza. Com 35 anos e muita disposição, ignorou a reprovação de algumas pessoas e resolveu encarar a crise partindo para o trabalho em ruas, comércio e praias. Em dias de movimento ela chegar a lucrar R$ 80.
O trabalho extra surgiu da necessidade de pagar as contas e sustentar a filha de 17 anos, já que a renda fixa que adquire como técnica de enfermagem não estava sendo suficiente. “Os gastos são muitos com a casa e com a faculdade. Encontrei uma forma de driblar toda essa crise e manter vivo o sonho de me tornar juíza”, frisa.
Mas no começo não foi fácil. A estudante diz que sofreu com a vergonha. “Hoje tenho muito orgulho do que faço. As pessoas me encontram e dizem que sou uma guerreira, pois é preciso coragem para fazer o que fiz”, conta.
Coragem reconhecida pela estudante de pedagogia Sônia Batista de Araújo, também moradora de Nova Almeida. “O trabalho dela é digno. Eu também faria se precisasse. Pessoas que buscam seus sonhos com o suor do trabalho honesto merecem a vitória”, opina.
Além do chup chup, Elizângela também vende potes com pavê. Seus pontos de venda são Nova Almeida e o badalado litoral de Praia Grande, balneário vizinho que fica em Fundão. “Espero triplicar o número de vendas agora no verão”, prevê.