Mais um estudo demonstra a necessidade da segunda dose da vacina contra a Covid para que a proteção seja mais efetiva. O relatório de monitoramento do sistema público de saúde britânico publicado no último dia 22, que analisou AstraZeneca e Pfizer, mostrou que essas vacinas são eficazes contra as variantes de maior relevância (alfa, beta, gama e delta) de maneira similar, mas existe uma diferença na cobertura para quem tomou apenas uma dose.
“Quando observados somente os parcialmente vacinados, as vacinas demonstram ter uma eficácia menor para variante delta. Já quando consideramos a população com vacinação completa, com as duas doses, essa diferença desaparece é a eficácia é semelhante para todas”, explica a infectologista da Unimed Vitória Ana Carolina D’Ettorres. A médica reforça que para evitar uma nova onda de Covid pela variante delta é preciso acelerar o processo de vacinação e garantir que mais pessoas tenham esquema vacinal completo.
É notória a queda de hospitalizações e mortalidade com o avanço da vacinação, assim como a diminuição no número de infectados. Isso chama atenção porque os estudos de eficácia da vacina foram desenhados com o objetivo de evitar morte e formas graves, mas o indivíduo vacinado pode ainda se infectar e transmitir para os outros. Apesar disso, estudos do Reino Unido mostram bons resultados para a quantidade de infecção evitada: a percentagem varia de 55-70% para vacina Pfizer e de 60-70% para AstraZeneca, em uma dose; e chega a evitar de 65-90% de infecções quando em duas doses de ambas as vacinas.
A infectologista analisa que as vacinas permitem também uma queda na transmissão. “Indivíduos não infectados não transmitem o vírus, portanto, se as vacinas conseguem impedir a infecção em 60-90% dos pacientes com esquema completo, consequentemente a transmissão cairá. Um estudo na Inglaterra mostrou que pessoas não vacinadas que moram com alguém vacinado com uma dose têm 35-50% menos chances de se tornar um caso confirmado de Covid”.
A campanha de vacinação segue como uma estratégia de saúde pública. “Além de você como indivíduo se proteger, quando vacinado você garante que quem está ao seu redor se proteja também, mesmo que não esteja vacinado ainda”, reforça Ana Carolina. E vale lembrar: nenhuma vacina tem 100% de proteção comprovada até o momento. Dessa forma, o uso de máscaras e os cuidados com o distanciamento social devem continuar.