Cidade de maior população e mais indústrias no ES, a Serra está com dificuldade para manter seus preciosos remanescentes de mata Atlântica. Entre 2013 e 2014 o município foi o 2º que mais perdeu floresta nativa no ES – cinco hectares, o equivalente a cinco campos oficiais de futebol. Na mesma posição está Guarapari, também com cinco hectares de perda. Quem mais desmatou no período foi Jaguaré, seis hectares.
Os dados são do Atlas dos Municípios da Mata Atlântica, lançado no último dia 11 de novembro pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), com dados sobre conservação e desmatamento de 3.429 cidades brasileiras.
O documento também expõe os números do desmatamento entre o 2000 e 2014. E neste quesito a Serra também foi destaque negativo, com 63 hectares de devastação, ficando com a 10ª posição entre os 78 municípios capixabas. No período o campeão absoluto foi Linhares, que desmatou 431 hectares.
Mimoso do Sul, São Mateus e Colatina com 171,118 e 113 hectares, respectivamente, vêm na sequência. Dos sete municípios da Região Metropolitana da Grande Vitória, apenas Guarapari devastou mais mata Atlântica do que a Serra nos último 15 anos: 63 hectares.
Obras públicas
Nas perdas florestais da Serra, saltam os olhos os impactos das obras públicas. A rodovia do Contorno de Jacaraípe, obra estadual que está parada desde o final de 2014, foi responsável pela retirada de mata Atlântica nos fundos de vale entre a lagoa Juara, Jacaraípe e Nova Almeida.
Também em Jacaraípe, é visível a retirada da floresta ciliar e dos manguezais para a obra de dragagem / aprofundamento do rio formado pelas lagoas Jacuném e Juara, que cai no mar na praça Encontro das Águas. Essa obra é do município.
Tem ainda as obras viárias da revitalização de Laranjeiras – também municipais – que suprimiram importantes trechos de mata Atlântica na região de Chico City (Colina de Laranjeiras) e no vale do córrego entre Parque Residencial Laranjeiras e Chácara Parreiral, na altura do Tobogã (Av. Carlos Polido).
A formulação do Atlas foi baseado nas imagens geradas pelo sensor OLI a bordo do satélite Landsat 8, que monitora o bioma mata Atlântica há 29 anos, utiliza a tecnologia de sensoriamento remoto e geoprocessamento para avaliar os remanescentes florestais acima de 3 hectares.
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