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“Eu odeio ser feminista!”, é o desabafo de quem dispensa o parabéns no dia de hoje

“8 de março não é dia de flores, é dia reflexão e principalmente de luta!”

Certa vez uma pessoa se assustou quando eu disse que odeio ser feminista. Se você tirar 5 segundos e pesquisar lá no Google o que significa o termo “feminismo” vai encontrar de cara que “é um movimento político, filosófico e social que defende a igualdade de direitos entre mulheres e homens”.

Muito se fala sobre feminismo, pouco se sabe. Será um pássaro? Um avião? Não! É a luta diária que uma mulher precisa enfrentar para ser tratada como ser humano. Sim, eu odeio ser feminista! O feminismo não deveria existir. Como pode ser tão afrontosa e transgressora a ideia de uma mulher possuir os mesmos direitos de um homem?

Criadas socialmente para serem submissas, obedientes, controladas, sem desejos, aspirações pessoais, sem voz, até menos de 50 anos atrás nos era legalmente proibido:

– praticar esportes, entrar na universidade, trabalhar fora de casa, votar, tomar anticoncepcionais, se divorciar, dirigir, andar desacompanhada de uma figura masculina, desobedecer o marido… isso há menos de 50 anos atrás! Conquistas como essas só foram alcançadas com muita luta.

E aí alguns se revoltam com os casos frequentes de violência contra as mulheres. Todas essas diferenças de tratamento entre homens e mulheres nos deixaram em desvantagem, ao homem foi dado motivos para achar que tem mais poder que a mulher.  Poder esse que é exigido pela força, pela violência, pelo estupro, pela morte.

Então se você se revolta ao ver uma mulher sendo espancada até morrer mas chama  feminista, uma pessoa que luta por direitos iguais, de mal amada, mal comida, louca e abortista, dispenso sua indignação!

Se você nunca bateu numa mulher mas já viu uma mulher ser assediada, diminuída, humilhada, ter a sua capacidade intelectual questionada, ser julgada merecedora de um estupro pela roupa que usava, você contribuiu para a violência contra as mulheres.

Homens, reflitam sobre sua injusta condição de privilégio. Mulheres, procurem entender o sistema machista ao qual estamos inseridas e questionem-o! Eduquem nossas crianças para serem feministas, ensinem os meninos a respeitar,  avisem às meninas que elas podem ser super-heroínas, empodere-as!

8 de março não é dia de flores, é dia reflexão e principalmente de luta!

(Drielly Schmor, serrana e feminista)

Redação Jornal Tempo Novo

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