O ex-prefeito Audifax Barcelos já possuiu uma quilometragem política extensa. Em pouco menos de 20 anos já foi filiado em 4 partidos: começou sua trajetória política no Partido dos Trabalhadores (PT) de Lula; entretanto, ainda no início dos anos 2000, ele migrou para o PDT, do ex-aliado e atual adversário Sérgio Vidigal. Essa mudança era estratégica naquele momento, já que Vidigal estava em seu segundo mandato de prefeito da Serra e precisava escolher um sucessor político para a eleição de 2004.
Era imperativo naquele momento, que esse escolhido estivesse filiado ao partido de Brizola, dado o fato de que Vidigal era (e continua sendo) extremamente partidário. Por isso, Audifax se filiou ao PDT; em seguida ganhou a disputa interna pela sucessão de Vidigal e em 2004 sagrou-se prefeito da Serra pela primeira vez. Em 2008 rachou politicamente com Vidigal e não demorou muito para deixar o partido. Em 2010, Audifax foi eleito deputado federal pelo PSB, e voltou a ser prefeito na eleição de 2012 ainda filiado ao PSB.
Já em 2016 deixou o partido para ser o líder estadual da Rede Sustentabilidade, organizado nacionalmente pelas mãos de Marina Silva; e foi reeleito para o 3° mandato de prefeito. Mas esse histórico partidário de militância em partidos de esquerda nunca compôs a linha de frente dos discursos políticos de Audifax. Na verdade, ele nunca gostou muito de se envolver nesse debate.
Agora, em ritmo de pré-campanha para o Governo do Estado, Audifax se vê enredado em uma polarização nacional entre o atual presidente Jair Messias Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem tudo para descer de forma expressiva para os estados.
Campeões de intenções de votos nas pesquisas eleitorais, ambos também são campeões de rejeição, o que acirra fortemente o ambiente político brasileiro. Ainda há dúvidas se o campo da centro direita/esquerda irá conseguir articular uma candidatura de consenso para ser a 3ª alternativa entre Bolsonaro e Lula.
Em meio a tamanhas dúvidas que somente o tempo irá resolver, o ex-prefeito da Serra começou a dar sinais de como poderá se comportar ideologicamente para a campanha eleitoral de 2022: no último dia 13 de setembro, em uma apresentação na Câmara de Vereadores de Vila Velha, Audifax apresentou obras iniciadas durante seus mandatos de prefeito e citou nominalmente em tom bastante elogioso o presidente Bolsonaro. Esse fato, trata-se na verdade de um registro raro.
Audifax disse que 50% dos recursos empregados na construção do Hospital Materno Infantil, vieram de Bolsonaro. “Dos R$ 100 milhões (para construir o HMI), nós conseguimos R$ 50 milhões com o Governo Bolsonaro. Mas como Audifax? Você é da Rede, dito de esquerda, como conseguiu isso?”, vangloriou-se o ex-prefeito.
Vale ressaltar que essa informação não procede na sua integralidade. Isso porque a obra do HMI se iniciou em 2016, de lá para cá, já passaram pela presidência: Dilma Rousseff, Michel Temer e atualmente Bolsonaro. Todos eles direcionaram recursos para a construção do empreendimento. Inclusive, o ex-ministro de Saúde do Governo Temer, Ricardo Barros, esteve in loco visitando a obra em 2017.
Audifax ainda citou a obra da Rotatória do Ó. “Essa obra, 100% dela nós conseguimos com o Governo Bolsonaro, R$ 48 milhões”, disse, mas sem citar que essa obra na verdade está sendo feita com dinheiro de empréstimo junto à Caixa Econômica Federal e será pago pela população da Serra pelos próximos 20 anos.
Por fim, o ex-prefeito da Serra ainda elencou o Contorno do Mestre Álvaro, que por enquanto, tem sido feito com recursos oriundos da bancada federal capixaba, por meio de emendas de bancada e executado pelo Governo Federal. “O presidente até veio conhecer essa obra, projeto… tudo iniciativa da cidade”.
Outra informação que também não procede na sua integralidade, já que na visita de Bolsonaro em junho desse ano, de fato, havia a previsão de que o presidente sobrevoasse a obra do Contorno e acompanhasse a explosão de uma rocha para dar sequência a estrada, entretanto, atrasos na agenda oficial do presidente impediram a realização dessa ação, e ele seguiu direto de Vitória para São Mateus, no norte do ES.
Por que Audifax decidiu flertar com Bolsonaro?
Sem histórico de entrar em bolas divididas, a não ser seus próprios embates políticos, Audifax sinalizou claramente para o bolsonarismo, inclusive repassando informações distorcidas e incompletas. Em conversa com a coluna, alguns observadores do cenário eleitoral entendem que tal ato é planejado.
Atualmente, o governador Renato Casagrande está na mira dos bolsonaristas mais apaixonados; e Audifax tem feito um discurso anti-Casagrande. Esse flerte pode ser um início de estratégia para que Audifax em um hipotético segundo turno, entre ele e Casagrande, seja um nome mais digerível para esse público.
O que fazia o ex-prefeito na Câmara de Vila Velha?
Seguindo um roteiro de pré-campanha ao Governo do ES, Audifax tem rodado o ES. Na Câmara de Vila Velha fez uma apresentação de cerca de 10 minutos, da qual distribuiu uma pomposa revista elencando obras e realizações de sua gestão entre 2017-2020 à frente da PMS.
Além disso, ao fim de seu pronunciamento, ele criticou a gestão do atual Governador Renato Casagrande. Audifax, por mais que seja reconhecido nos bastidores pela virulência política, tem optado por um discurso menos belicoso e mais voltado a passar uma imagem de gestor público eficiente, tendo a Serra como a garota propaganda.
O ex-prefeito é economista efetivo da Prefeitura de Vitória e segundo o que informou a assessoria de Comunicação da capital no dia 03 de setembro, ele está no ‘gozo de suas férias’; além disso, há informações de que a intenção dele seria entrar com pedido de aposentadoria ainda neste ano.
Confira a fala do ex-prefeito:
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