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Excesso de esgoto pode ter matado peixes na lagoa Juara, diz secretário

 

Registro feito pelo ativista e morador da região, Claudiney Rocha durante a mortandade na Semana Santa.

A falta de oxigênio na água por conta do excesso de esgoto é uma das possíveis causas da mortandade de peixes que atingiu a lagoa Juara na Semana Santa, em abril. A informação é do Secretário de Meio Ambiente da Serra, Marcos Franco, que divulgou na noite da última quinta – feira (18) parte dos resultados da análise encomendada pela Prefeitura sobre as água da lagoa e do rio Jacaraípe.

Segundo Marcos as análises mostraram baixa quantidade de oxigênio, muito fósforo e nitrogênio, principalmente próximo à praça da Tilápia, onde fica a foz do córrego das Laranjeiras, riacho urbano transformado em valão pelo lançamento de esgoto sem tratamento na região de Laranjeiras.  

A quantidade de coliformes fecais – organismos presentes nas fezes – foi de 160.000 mil por 100 ml de água, número 64 vezes superior  ao limite máximo para contato humano como a lagoa para recreação, como banho por exemplo.

O secretário disse também que os estudos apontaram maior quantidade de sal na lagoa do que no rio Jacaraípe, que liga a Juara ao mar. Desde 2014 o canal do rio foi aprofundado e alargado. A obra, que ainda não está pronta, aprofundou e alargou o canal do rio, com objetivo de reduzir as enchentes em Jacaraípe.

Ambientalistas e pescadores da região atribuem a dragagem o problema da salinização que vem atingindo a lagoa desde então, que teria sido responsável por mortandades de peixes e pelo fim do projeto de criação de tilápias (peixe de água doce) em tanques rede.

“Temos que considerar que desde 2014 estamos vivendo uma grande seca, então está chegando pouco água doce à lagoa. A última mortandade (em abril) atingiu peixes de água doce e salgada. As análises apontaram que há mais sal na lagoa do que no rio e isso prova que não foi a dragagem a responsável pela salinização”, defende Marcos.

O perigo das águas verdes

Das amostras coletadas na Juara, ainda deve ser divulgado o resultado sobre a presença de cianobactérias, organismos microscópicos que se reproduzem desordenadamente em presença de matéria orgânica como aquela proveniente do esgoto. As cianobactérias deixam a água verde, liberam toxinas que costumam matar peixes e também causam risco de morte às pessoas.

“Há desconfiança de que a mortandade também tenha sido causada por isso, o que de qualquer forma também é consequência do lançamento de esgoto”, frisou o secretário Marcos. A previsão é a de que essa análise tenha resultado divulgado nesta semana.

De acordo com o secretário as análises estão sendo feitas pelo laboratório Agrolab ao custo de R$ 9 mil para o município.

Redação Jornal Tempo Novo

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