O prefeito reeleito da Serra, Audifax Barcelos (Rede), vem dando declarações insinuando que pode concorrer a governador do Estado em 2018. Porém, a participação do prefeito em agendas estaduais tem sido tímida. Por exemplo, nas questões que envolvem o Fundap que, segundo delação de um ex-executivo da Odebrecth na Operação Lava Jato, teria sido extinto após senadores receberem propina da empresa para votar a regra que unificou as alíquotas de ICMS, gerando perdas bilionárias para o ES.
Sem Serra
O assunto tem tomado a agenda política capixaba. Nesta semana, houve sessão extraordinária na Assembleia Legislativa e decidiu-se por instalar uma CPI para investigar o caso. Além dos deputados estaduais, estiveram presentes vários prefeitos, inclusive o de Vitória, Luciano Rezende (PPS), senadores, vários representantes do governo do Estado, deputados federais e empresários. Audifax, que fez uma cirurgia reparadora e se encontra acamado, não mandou representantes e não deu nenhuma declaração sobre o assunto em suas redes sociais.
Ah, tá!
Quando provocado sobre o fim do Fundap, por meio da assessoria, Audifax disse apenas que vai propor uma ação conjunta com os demais municípios contra o fim do Fundap, via Associação dos Municípios do Espírito Santo (Amunes). Alguns afirmam que esse sumiço é devido a fortes preocupações do prefeito referentes à eleição da Mesa Diretora da Câmara da Serra que, a uma semana do desfecho, vê a oposição em vantagem na disputa.
Aguenta aí
Falando em eleição da Mesa Diretora, esta semana o chamado grupo dos 12 – composto por parlamentares de oposição que se reelegeram mais os novatos aliados a eles – se refugiou novamente no sítio do vereador Nacib Haddad (PDT), em Marechal Floriano, nas montanhas do ES. O objetivo foi manter o grupo coeso e articulado para aguentar a pressão vinda dos interlocutores de Audifax.
Tô grilado
Na última quarta-feira (21), a CPI da Grilagem instaurada na Assembleia Legislativa, esperava a vinda de membros do grupo Dadalto, para dar explicações aos deputados sobre questões que envolvem doações de terrenos do município em Laranjeiras, ocorridas em 1995 para o grupo. É que a Dadalto nunca cumpriu uma das contrapartidas da doação, que era construir um teatro na cidade. Porém, apenas um advogado que representa um dos membros do grupo Dadalto apareceu, dizendo que seu cliente não iria por motivo de saúde.
Tô grilado II
São vários os casos que a CPI pretende investigar, entre eles a venda de terrenos da Associação de Moradores de Laranjeiras, que tem sido fruto de muita discórdia entre na comunidade local. Também estão em pauta terrenos em Cariacica e Vila Velha. O foco da Comissão é apurar denúncias de invasão de terras, fraudes, crimes contra a administração pública, crimes de estelionato, vendas sem registro em cartório, e ilegalidades na cessão de áreas públicas.
Grileiro bravo
O deputado com base eleitoral na Serra, Bruno Lamas (PSB), é o relator da CPI. Durante a sessão da última quarta-feira (22), Lamas disse que sofreu ameaças por telefone em seu gabinete. Alguém, ainda não identificado, teria ligado para o telefone institucional e dito que o deputado “não sabe com quem está mexendo”. Segundo Lamas, ele não vai se deixar intimidar e pretende prosseguir com os trabalhos. Completam o time da CPI os deputados Euclério Sampaio (PDT) e Gilsinho Lopes (PR).