Principal polo beneficiador de rochas ornamentais, não só do ES como também do país, a Serra vem enfrentando queda nas exportações de blocos de rochas e chapas polidas em 2016. De acordo com balanço divulgado pelo Centro Brasileiros dos Exportadores de Rochas Ornamentais (Centrorochas), até agosto, o recuo na venda de chapas polidas foi de 13,25% e dos blocos de 9,88%, se comparado com os negócios fechados nos oito primeiros meses de 2015.
Das chapas polidas, que é o produto de maior valor agregado, pois é semimanufaturado, as graniteiras instaladas na cidade exportaram U$ 174 milhões (R$ 560 milhões) contra U$ 201 milhões (R$ 647 milhões) em 2015. Em volume, a venda do produto ao exterior caiu de 98,8 mil toneladas ano passado para 81 mil toneladas em 2016. Mesmo com o declínio, a Serra teve participação de 26,45% nas exportações capixabas de chapas.
Já com os blocos, cujo valor agregado é menor, os negócios internacionais das empresas instaladas no município recuaram de U$ 32 milhões (R$ 103 milhões) para U$ 28,8 milhões (R$ 90 milhões). Em 2015 foram comercializadas 215 mil toneladas contra 201 mil toneladas neste ano. A participação serrana no total das exportações capixabas de blocos no período foi de 14,27%.
O desempenho negativo das exportações da Serra foi mais brando em boa parte do ES. Tanto que houve crescimento das exportações capixabas: 1,3 milhão de toneladas (somando chapas polidas e blocos) contra 1,1 milhão em 2015. Mas o valor arrecadado caiu 5,69%, de US$ 685 milhões para US$ 646 milhões.
A superintendente do Centrorochas, Olívia Tirello, explicou que, por conta da crise, há um movimento mundial de queda de preços de produtos, além da desvalorização do real frente ao dólar.
“É claro que o setor também sentiu interferência da instabilidade do ambiente político e econômico brasileiro, mas, na minha visão, essa perda em valores não significa prejuízo. As empresas estão criando estruturas mais sólidas desde a crise americana de 2008. Se compararmos com outros segmentos, o de rochas está muito bem”, conclui.
Na Serra existem cerca de 200 empresas do setor. Na cidade não há lavra de extração, as rochas vem, principalmente, do noroeste capixaba, norte de Minas Gerais e sul da Bahia. Estados Unidos e China são os principais destinos da exportação.
Números: 13,25% é a queda no faturamento das empresas sediadas na Serra, com a venda de chapas polidas de janeiro a agosto.