Ayanne Karoline
Principal exportadora de rochas ornamentais beneficiadas do ES, que por sua vez é o principal produtor do Brasil, a Serra vem sofrendo com a queda de preço dos produtos no mercado internacional. Tanto que, de janeiro a maio, as indústrias locais movimentaram cerca de U$ 121 milhões (R$ 348 milhões) contra U$ 140 milhões (R$ 487,2 milhões) no mesmo período do ano passado.
Já o volume exportado de chapas de rochas manufaturadas, tanto nos cinco primeiros meses de 2015 quanto nos de 2016, girou em torno de 172 mil toneladas. “A baixa na movimentação financeira se deve a queda do preço médio dos materiais no mercado internacional. Com preço menor, ao exportar a mesma coisa, o total arrecadado fica mais baixo”, explica a superintendente do Centro Brasileiro dos Exportadores de Rochas Ornamentais (Centrorochas), Olívia Tirello Olívia.
Olívia acrescenta que, nos 12 meses de 2015, a Serra exportou mais de 460 toneladas de rochas ornamentais, gerando negócios na casa de US$ 329 milhões. A cidade é considerada a maior exportadora estadual do setor, com cerca de 27% do total. Grande parte da produção do município é constituída de chapas polidas de mármores, granitos e quartzitos.
Segundo dados do Sindirochas (Sindicato da Indústria de Rochas Ornamentais, Cal e Calcários do Estado do Espírito Santo) atualmente a Serra conta com mais de 200 empresas de beneficiamento de rochas ornamentais, que geram cerca de 2,6 mil empregos. Mas não possui lavras de extração; os blocos de rochas brutas vêm de outros municípios.
Mesmo assim a cidade também exporta esse produto, já que a sede das exportadoras fica no município. E neste quesito, também teve recuo no volume total vendido ao exterior: 42 mil toneladas de janeiro a maio contra 56 mil toneladas no mesmo período de 2015.
Setor reclama de defasagem dos portos
A superintendente do Centrorochas, Olívia Tirello, explica que os blocos de rochas brutas e as chapas polidas de rochas beneficiadas chegam e saem da Serra por caminhões. “As beneficiadas são acondicionadas em contêineres que, posteriormente, são transportadas por caminhões direto para o porto”, explicou.
Olívia lembra ainda que apesar da força e da importância do setor no Espírito Santo, os problemas de infraestrutura ainda são um entrave para as exportações de rochas ornamentais. “Os dados poderiam crescer ainda mais caso a nossa infraestrutura portuária melhorasse. A realidade atual é de quase 90% das cargas de rochas estão saindo por portos de outros estados por conta da falta de estrutura do Estado”, destaca.