Em 1997, nos corredores da escola Francisca Peixoto Miguel, uma fusão musical estava prestes a acontecer, culminando na criação da banda Face Neutra, um nome que se tornaria sinônimo de rock autoral na Serra.
A história da Face Neutra começa com um encontro entre membros de duas bandas distintas de punk rock e hardcore. Orlando, então vocalista da banda Primórdios, estava assistindo ao ensaio da Leetle Freak, composta por Fábio Saldanha na guitarra, Glaydson Bayense na bateria, e Fabiano “Dodo” no baixo. Durante uma conversa com Dodo, Orlando descobriu o descontentamento do baixista em não tocar guitarra, seu instrumento de preferência. Esta conversa foi um ponto de virada: Orlando percebeu que poderia assumir o baixo, unindo-se à banda.
Com a entrada de Orlando, a Leetle Freak começou a se transformar. A escolha de um nome em português, Face Neutra, veio como uma solução para evitar erros de pronúncia. As letras começaram a ser compostas diariamente e os ensaios ocorriam após as aulas. Desde a fundação, a banda optou por não tocar covers, uma decisão que os ajudou a conquistar o público estudantil nas gincanas escolares e despertar o interesse da comunidade local.
A banda começou a ganhar popularidade nas festas de aniversário dos bairros de Serra Dourada, Porto Canoa, Eldorado e Barcelona. No entanto, como muitas bandas, a Face Neutra enfrentou seus próprios desafios internos. Foi sugerido uma mudança nos vocais para alcançar um sucesso maior. Orlando, inicialmente relutante em deixar o baixo, acabou aceitando a posição de vocalista, uma decisão que levou à dissolução da formação original.
Após um hiato de seis anos, Orlando reacendeu o projeto Face Neutra com a entrada de Pablo Miranda no baixo. Pablo, por sua vez, trouxe Felipe Vargas Cruz para a banda. Após um ano de ensaios e aprimoramento do som da banda, sentiram a necessidade de uma guitarra solo. Foi então que Orlando, caminhando pelas ruas de Eldorado, encontrou Werlo Burns, ex-guitarrista da It’s Burns, e o convidou para se juntar à banda.