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“Falsa sensação”, diz GVBus sobre proliferação do coronavírus em ônibus lotados

Na foto, a passageira Flávia mostra sua rotina: todos os dias é obrigada a enfrentar ônibus cheios. Foto: Divulgação

Quem usa o transporte público na Grande Vitória, inclusive na Serra, teme ser contaminado pelo coronavírus. O motivo do medo é claro: os ônibus sempre estão lotados de pessoas nos horários de pico e aglomerações devem ser evitadas durante a pandemia. Mas de acordo com o membro do Comitê Executivo do Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano (GVBus), Murilo Lara, o uso de ônibus não está diretamente ligado a um aumento no número de casos da Covid-19.

Murilo afirma que um levantamento feito pelo GVBus com dados da operação e informações da Secretaria de Estado da Saúde (extraídas no dia 11 de agosto), aponta que, na semana de 24 a 30 de maio, o Transcol transportou 1,4 milhões de passageiros, enquanto a Grande Vitória registrou 4.117 novos casos. Já na semana de 26 de junho a 01 de agosto, a demanda transportada foi maior: 1,7 milhões de pessoas, a Grande Vitória confirmou somente 1.429 infectados.

“É essencial destacar ainda a injusta e falsa sensação que ficou nas pessoas de que o transporte coletivo é um dos principais vetores de contaminação para a população. A observação dos dados que temos disponíveis indica que o uso do ônibus não está diretamente ligado a um aumento no número de casos da doença”, afirmou num artigo publicado pelo próprio GVBus.

Ainda de acordo com o sindicato, as empresas do Transcol realizaram diversas medidas de controle da doença. “Destacamos ainda os vários protocolos adotados pelas empresas para garantir a segurança dos passageiros. Podemos elencar as principais: pagamento exclusivo com o CartãoGV; higienização dos ônibus com produtos sanitizantes nas garagens e nos terminais; implantação de sinalização e cartazes educativos com os cuidados de proteção individual dentro dos coletivos, entre outros.”

O TEMPO NOVO já conversou com muitos passageiros do Sistema Transcol. Eles estão tendo que enfrentar terminais lotados e ônibus sempre cheios nos horários de pico. Mesmo após centenas de denúncias e reclamações sobre a superlotação dos terminais e ônibus do Transcol, a situação continua a mesma: muita aglomeração e alto risco de contágio pelo novo coronavírus.

Terminal de Laranjeiras: aglomerações fazem parte da rotina dos passageiros. Foto: Gabriel Almeida

E o trabalhador que depende do transporte público é obrigado enfrentar essa situação diariamente. De acordo com eles, conseguir um ônibus vazio em pleno horário de pico é muito difícil, além dos terminais da Serra e de outras cidades da Grande Vitória que estão sempre lotados.

Atualmente, os passageiros podem realizar denúncias de coletivos cheios ou falta de distanciamento social nos terminais pelo aplicativo “ÔnibusGV”, mas quem usa o serviço afirma que nunca teve uma solução. De Alterosas, o serrano Rafael Meyrelles, precisa enfrentar o problema todos os dias. De acordo com ele, mesmo após fazer várias denúncias para a Ceturb, a situação não muda.

“Os ônibus estão lotados. É um absurdo. Todo dia utilizo as linhas do Terminal de Jacaraípe e de Laranjeiras para Carapina e em horário de pico não dá nem para se mexer dentro do coletivo. Para piorar, os motoristas param em todos os pontos possíveis, mesmo com o carro lotado. Meu maior medo é contaminar meus familiares”, afirmou Rafael.

A Ceturb informou, por meio de nota, que dentro dos terminais a fiscalização, tanto da Ceturb quanto das empresas, atua recomendando que as pessoas não embarquem em veículos que já estejam com a lotação de bancos, mas afirma que entre um terminal e outro, ou entre os bairros e os terminais, essa fiscalização é mais difícil. A Companhia lembrou que foi disponibilizada uma nova função no aplicativo ÔnibusGV para que a população possa denunciar passageiros sem máscaras e viajando em pé. Essas denúncias são utilizadas para nortear as ações de programação das linhas, como já vem ocorrendo.

Gabriel Almeida

Jornalista do Tempo Novo há mais de oito anos, Gabriel Almeida escreve para diversas editorias do jornal. Além disso, assina duas importantes colunas: o Serra Empregos, destinado a divulgação de oportunidades; e o Pronto, Flagrei, que mostra o cotidiano da Serra através das lentes do morador.

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