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Família Fioreze e Real Wood criam suíte diferenciada no centro de Gramado

A suíte tem 58 m2, possui quatro ambientes e é um mix entre o moderno e o clássico, possui curadoria especializada e foi projetada com muitos detalhes. Crédito: Felipe Valduga

Gramado conta com mais de 200 hotéis e pousadas e entre os destaques está a rede Fiorese, composta pelo Fiorese Centro, Fiorese Quero Quero, Fiorese Primo e Chalés Fiorese.

Mas a ‘joia da coroa’ está no Fiorese Centro e acaba de de ficar pronta. Trata-se da Suíte Real Woold, fruto de uma parceria entre a rede hoteleira e a tradicional fábrica de móveis de alto padrão, a Real Wood, que além de desfrutar do alto padrão da suíte, os hóspedes terão uma vista privilegiada para a Avenida Borges de Medeiros, um verdadeiro cartão postal da cidade.

Essa suíte diferenciada é resultado da parceria entre as duas empresas. Tem 58 m2, possui quatro ambientes e é um mix entre o moderno e o clássico, possui curadoria especializada e foi projetada com muitos detalhes. “Um dos diferenciais desta suíte é que todos os itens nela dispostos podem ser adquiridos pelo hóspede na loja Real Wood ou no site oficial da empresa”, conta Carolina Fioreze, Executiva do Hotel.

A suíte conta ainda com uma cozinha compacta equipada para proporcionar maior conforto, sala de estar para desfrutar de momentos em família, quarto secundário com cama de casal e banheiro e quarto principal com vista para a Avenida Borges de Medeiros, além de banheira de hidromassagem e lavabo que proporcionam momentos de conforto e privacidade.

Veja algumas fotos da suíte:

 Crédito: Felipe Valduga

“A Suíte Real Wood que estamos apresentando é com certeza uma experiência de hospedagem diferenciada e única. Esta parceria com a Real Wood, uma empresa que está no mercado a 62 anos, fabricando móveis de alto padrão, é um diferencial em Gramado, e estamos muito felizes com esta parceria”, destacou Carolina Fioreze.

Maiores detalhes podem ser encontrados no site clicando aqui. 

Presidente da Câmara de Vereadores de Gramado, Celso Fiorese, dono da rede de hotel Fiorese. Crédito: Itamar Gurgel

Como conciliar a atividade empresarial robusta como a sua com a função de vereador e presidente do Legislativo local?

Sou cidadão, nascido na cidade, e meu avô já foi, na segunda legislatura vereador nesta cidade. Gramado sempre me deu muitas oportunidades, então chegou o momento, em 2004, quando veio o convite para participar da Câmara de Vereadores, e eu coloquei meu nome à disposição. Daquele momento até hoje estou nesta função. Este ano, estou assumindo como presidente da Câmara; queremos trazer a comunidade para participar junto, ver os desafios da cidade que temos que enfrentar. Então, é um trabalho com muita satisfação. Também dentro da hotelaria, eu comecei há quase 50 anos; trabalhei por quase 20 anos no hotel Serra Azul, que foi um dos primeiros 5 estrelas da cidade. Então tive uma escola muito boa com o senhor Perin e com a empresária Marta Rossi também, trabalhamos juntos. Conseguimos absorver esta maneira de servir e estamos no desafio, todos os dias, mas com muita gratidão, muito feliz com a atividade tanto no Legislativo quanto no turismo.

O que é a Rede Fiorese de hotéis atualmente?

Começamos pequenos porque a minha função na realidade, no passado, era a de mensageiro. Depois recepção, fui subindo, chefe de recepção e gerente de hospedagem. Chegou o momento de me desafiar para ter o meu próprio negócio. Então começamos pequenos e hoje estamos com 120 colaboradores; 220 apartamentos e procuramos dar um serviço diferenciado e também agradecer aos nossos colaboradores porque sem eles nós não estaríamos onde estamos e, felizmente, temos um resultado muito bom do nosso público porque também entregamos experiência. A gente quer que ele saia melhor, quando vai embora do que quando chega. É uma satisfação porque estamos fazendo aquilo que gostamos. Estou com 65 anos e todo dia acordo cedo, com muito entusiasmo e muita alegria, sempre querendo servir mais.

A cidade de Gramado não nasceu turística. Tem um histórico de fábricas de calçados, móveis e ferramentas. Houve uma migração da indústria para o turismo ou ambos convivem juntos?

Na verdade os alemães escolheram essa cidade, no passado, época dos trens alemães e italianos. Naquela época Gramado já estava mostrando sua vocação pelo relevo, pelo clima. Ai Oscar Knorr trouxe as primeiras hortênsias; como elas se deram muito bem aqui foi feita a primeira Festa das Hortênsias. Em cima da Festa das Hortênsias tivemos jornalistas que vieram de São Paulo e do Rio de Janeiro e fizeram grande divulgação da nossa cidade. De todos os eventos criados na nossa cidade a Festa das Hortênsias é a mãe das festas. Depois vieram o Festival de Cinema; Festival de Gastronomia, Festa da Colônia, nasceu o Natal Luz, há 37 anos, em um sábado, quando foi feito um evento em frente às Igreja, com a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, porque Gramado no mês de dezembro era deserto; não tinha público. Em torno de oito casais da cidade pensaram organizaram o evento para tentar melhorar o mês de dezembro. Trouxeram a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre e quando estava no meio do evento deu um temporal e o pessoal entrou para dentro da Igreja e alguém disse que o evento seria encerrado e não seria mais feito porque caso deu certo. Outra pessoa disse que não porque era o primeiro e que no ano seguinte seriam dois dias. Isso se transformou em 92 dias. Então, Gramado tem essa vocação e uma comunidade, que ajuda, coloca sua alma. E foi isso que fez a comunidade; começamos com quatro pequenos hotéis e hoje temos 220 hotéis; perto de 400 restaurantes; população agora com 44 mil, no último Censo 45 mil pessoas; um orçamento de R$ 453 milhões; é uma cidade pequena, nervosa, gigante. E é uma cidade que temos que cuidar porque agora, vamos dizer que “o avião subiu, está em pleno voo; tem que ter cuidado para não embicar”. Esse é o nosso grande desafio agora. Na parte de mobilidade e esgotamento sanitário e a qualificação. Chegaram muitas pessoas na nossa cidade de outras locais para trabalhar em Gramado; hoje são a maioria, 56% da nossa população que vieram de fora, moram aqui, escolheram Gramado para morar. É um grande desafio creches, escolas, saúde é um grande desafio da cidade; administrar isso e saber colocar para nossa comunidade uma cidade boa não somente para o turismo; ela tem que ser também muito boa para o nosso morador.

Qual é o diferencial dos funcionários da rede Fioreze?

No momento da contratação, observa-se o perfil da pessoa, se realmente ela gosta de servir e quando ela gosta de servir está no primeiro passo para se dar bem. Temos internamente alguns programas de capacitação e conseguimos entregar para nosso colaborador aquilo que é nosso perfil, nosso serviço o nosso conceito de servir; mas não servir só por servir. Ele tem que estar envolvido com o sistema; acordar de manhã e trabalhar feliz. Nós, como gestores, nossos colaboradores, para nós, são nossos parceiros; têm que estar felizes nas nossas empresas. Isso nos dá um resultado muito bom no final. Ele estando feliz vai transmitir essa felicidade para o nosso turista. Esse é um conceito que tem que sair da pessoa que está varrendo a cidade, que está plantando a flor; tem que estar disponível, informado; porque se ele está informado ele consegue passar informação e todo um conceito da cidade. Isso é muito importante.

Como surgiu o seu interesse pelo turismo?

Meu bisavô, quando chegou a Gramado participou da construção da Igreja São Pedro, ao lado da igreja iniciou um restaurante, que na época se chamava Chico Tripa, porque ele fazia dobradinha, que o pessoal chamava de buchada. As pessoas vinham do interior, Gramado era praticamente interior, o núcleo urbano era muito pequeno e mais de 80% era do interior; 17% era urbano. Ele tinha um modelo A, tinha uma carroceria, colocou uma lona e levava as pessoas que chegavam em Gramado de trem; botava no modelo A e levava para Caxias para fazer compras. Inclusive, não tinha asfalto, era estrada de chão. No rio havia uma balsa que levava para o outro lado. Houve um episódio, um dia o pessoal perdeu todas as compras porque a água estava muito alta. Não houve nenhuma fatalidade, mas naquele momento ele encerrou porque não tinha seguro na época. Então meu bisavô teve o primeiro restaurante, chamado Chico Tripa. Chegou um médico em Gramado e não tinha onde deixar os doentes; meu avô disse “então eu fecho o restaurante e empresto o local para colocar as pessoas enfermas. Desisto do meu restaurante, mas quero ser um auxiliar de enfermeiro no hospital”. Antes do São Miguel, antes do Sta Teresinha, nós já tivemos dois hospitais na cidade, hoje só tem um. Tinha o Sta Teresinha depois nasceu o Hospital São Miguel, a comunidade junto com as irmãs que construíram o hospital. Gramado tem uma história muito bonita, quando os alemães chegaram, os italianos chegaram a cidade deu certo. Como tem muitas no Brasil que também são cidades turísticas que deram certo. O próprio Espírito Santo, com cidades turísticas, um lugar maravilhoso aonde as pessoas vão e se encantam. As pessoas vêm e acham um clima diferente, um povo acolhedor, e Gramado é isso.

A veia para o turismo veio dos seus antepassados…

Na verdade, em 1972 um tio meu tinha muita dificuldade e foi para São Paulo colocar churrascaria. Meu tio, da família Benetti; meu irmão disse para irmos e eu comecei lá, fiquei dois anos em São Paulo e fiquei esperto porque, imagine sair de Granado, uma cidadezinha com poucas oportunidades, e cair em São Paulo. Lá eu aprendi muito e quando voltei de férias, passar um tempo aqui, estavam terminando a construção do Serra Azul; fui visitar e me fizeram uma proposta para ficar e trabalhar no Serra Azul. Eu trabalhando no Serra Azul vi que, na época, era muito difícil, por exemplo uma reserva, no passado, nós mandamos fazer postais do hotel, da cidade, das hortênsias, dos jardins, e entregávamos para o cliente três postais. Ele preenchia e no outro dia nós mandávamos nos Correios. Depois vinham as cartas solicitando [informações] de como era a cidade. E nós mandávamos outra carta dizendo que se quisesse fazer a reserva ele tinha que mandar um cheque nominal dentro da carta; vinha uma carta com o cheque nominal e nós mandávamos outra carta para confirmação. E aí encerrava a conversa; esperando ele chegar. Vinha de carro, porque não tinha o aéreo ainda, 40 e poucos anos atrás e essa a maneira como trabalhávamos no começo. E apareceu o tal do telex; fui fazer o curso na Embratel e fui o primeiro telexfista da cidade. O telex foi uma maravilha porque daí as reservas aconteciam pelo telex; havia uma sala inteira para ter uma sala de telefone naquela época. Dava um raio, queimava os fusíveis e ficávamos sem telefone, às vezes 3, 4 dias porque os técnicos não queriam chegar à cidade. Veio o telex e logo depois o fax. Hoje você pega o celular e em um minuto tem uma reserva de um americano fazendo; tem muitas facilidades. Se olharmos o nosso passado e hoje, parece um sonho o que aconteceu.

Depois da experiência no Serra Azul já montou o seu negócio?

Na verdade, não. São ciclos; eu saí do Serra Azul, disse que não queria mais e iria encerrar meu ciclo lá. Depois de algum tempo apareceu uma pousada para locar e eu, como tinha experiência, foi o meu primeiro negócio; fiz sucesso na pousada. Naquilo começou e chegamos aonde chegamos. Hoje eu olho para trás, eu tinha um sonho, queria ter o meu próprio negócio, mas não sabia como, na época não tinha recursos. Hoje é mais fácil. Eu aprendi uma coisa muito importante: perseverar. As pessoas não perseveram; quer resultado rápido e desiste muito fácil. Então, o mais fácil de tudo é desistir. Os nossos colaboradores também têm os próprios sonhos. Tem um fato de uma camareira nossa, a Inajara. Eu era vereador, fui conhecer uma escola, e a diretora disse que queria mostrar a horta. A Inajara estava com a enxada fazendo a manutenção da horta. Ela me conhecia, eu não a conhecia, mas ela disse que gostaria de trabalhar comigo. E eu respondi para conversar no dia seguinte, porque os olhos dela estavam brilhando. No outro dia ela veio, nem sabia o que era “camareira”, hoje ela é minha governanta. Eu acreditei nela, ela se formou no segundo grau; não tinha escolaridade; agora ela vai fazer faculdade, tem filhos. O sonho dela era um terreno e uma casa, no ano passado ela conseguiu chegar ao terreno, que aqui é muito difícil, mas conseguimos através de uma imobiliária; então o terreno ela já tem, agora vai conseguir fazer a casa. ela está realizada, se você falar com ela, como a Manu, veio de Manaus. A gente acolhe e faz também eles estarem bem, ser acolhidos; não que tenha que ficar aqui. O Jocemar tinha uma pousada; encerrou a pousada e ganhou um dinheirinho. Agora está aqui feliz da vida; ele tem casas alugadas, não precisaria estar aqui. A gente dá oportunidade àqueles que querem oportunidade. Eu tenho um menino, que andava pela cidade, aos 13 anos contratei ele, Marcos Delarosa, ficou dos 13 aos 19 comigo e hoje é líder da XP; ensinei a ele como fazer os investimentos e ele começou a gostar, e as pessoas gostaram dele, que hoje está na XP Black, é um dos líderes lá dentro. Tem várias pessoas na cidade que hoje são empresários, colaboradores, gerentes, e que lá no começo… tem um menino, quando eu estava no Serra Azul, apareceu e ele dizia: “Cerso, tu me arcança os brocos, que eu quero anotar as proca?”. Lá do fundo de São Francisco; do interiorzão, só cavalo para chegar na casa dele. Chamei ele, fui ensinando e perguntei qual era o sonho dele; ele respondeu que queria ser piloto de avião. E eu, quando morei em São Paulo, fiz um cursinho na Aeronáutica; eu tinha uma caixa cheia do que sobrou daquele curso e uma carteira de estudante. Eu entreguei para ele e lhe correram lágrimas. Ele disse que foi o melhor presente que ganhou na vida. Passaram dois anos e ele pediu as contas; perguntei por que, já que ele estava indo tão bem, ele iria passar de mensageiro para a recepção. Ele disse que queria ir atrás do sonho, e foi. Dezessete anos após, eu passando no centro da cidade e ele me chamou pelo nome; respondi que não o conhecia. Ele respondeu: “conhece, sim; lembra aquele caipira que o senhor deu emprego há vinte anos?”. Eu perguntei: “Luis, onde tu andas?”. E ele puxou um cartão “piloto internacional”. Que satisfação! Perguntei como ele aprendeu a falar inglês e ele respondeu que falava seis línguas; fez [o curso de] Direito e também é advogado. Então eu aprendi com ele o que é perseverar, perseverança. A Inajara, que estava capinando; ela veio, era a oportunidade. Quando me colocaram na recepção do Serra Azul, que eu fui atrás; chegou um cliente com duas crianças; eu estava sozinho e ele me perguntou onde era o playground. E mostrei onde era, ele foi e voltou, perguntou se só havia aquele e eu respondi que sim, porque eu não sabia o que era playground. Fui ao diretor, não sabia se desistia ou continuava; pois se eu não sabia; mas comprei uma revista Panorama porque tinha que ter informação. Por muito tempo fui uma pessoa muito informada, a curiosidade é a mãe da sabedoria. Se chega alguém na recepção ele tem que saber informação da cidade; não é daqui e nós temos que mostrar a ele, informar sobre as festas e os períodos. Então o “bom dia” com os olhos, o servir, prestar atenção e é esse serviço que faz a diferença. Qual é o segredo? Eu digo o seguinte: feijão, arroz, um ovinho em cima e vamos ‘simbora’. O segredo está em saber servir.

Como você analisa a importância da harmonia entre os poderes Executivo e Legislativo para o desenvolvimento de uma cidade?

Tem que estar em harmonia; são os três poderes: Judiciário, Executivo e Legislativo. Imagine se estão com dificuldades de comunicação, de colisão, aí não funciona. Tem que ter uma cobrança, tem que ter regras. O Legislativo tem que entender que é o fiscalizador; o Executivo tem que saber disso também e ele é o que executa, então há uma cobrança sabia, em prol da cidade; não fazer politicagem. Tem que ter políticos pensando no Estado, não apenas na sua eleição, no seu mundinho. Tem que pensar no todo. As pessoas pensam que política não combina com o [setor] privado; mas sim, tem muito a ver. Uma lâmpada queimada tem que ser trocada, quanto mais rápido melhor. No órgão público é demorado, não; é só ter vontade de fazer e estar junto para fazer.

Redação Jornal Tempo Novo

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