Fazer exame aumenta em até 90% chance de curar câncer de próstata

Clarice Poltronieri

No mês dedicado à saúde masculina, o Novembro Azul, o foco se volta ao câncer de próstata, o segundo que mais afeta os homens no Brasil, mas que tem altas chances de cura se descoberto logo.

Daniel de Barros, 57 anos, começou o acompanhamento médico aos 50 anos, em 2016 descobriu a doença e está na fase final do tratamento, que é feito num hospital particular na Serra.

“Fazia exame todo ano, mas ano passado atrasou a revisão e quando voltei tinha uma alteração. Fiz a biópsia e confirmou o câncer. No início você fica bastante assustado, mas ao longo do tratamento vai se acalmando. Fiz a cirurgia de retirada, radioterapia e agora o tratamento é uma injeção a cada três meses e o acompanhamento com o médico”, relata.

A rádio oncologista do Vitória Apart Hospital, Anne Karina Kiister Leon, explicou que a descoberta precoce é essencial para aumentar as chances de cura. “As chances de cura chegam a 90% quando descoberto precocemente. Mas, se ele progredir muito até o diagnóstico, essas chances podem cair para 10%. O tratamento varia conforme o paciente: cirurgia, radioterapia, tratamento hormonal e até mesmo observação vigilante”, enumera.

O urologista do Hospital Metropolitano, Carlos Chagas, diz quando o médico deve ser procurado.“Todo homem acima de 50 anos precisa se consultar e fazer os exames anualmente, o que inclui exames de sangue e o toque retal. E se o paciente tiver casos de câncer na família ou for negro, deve ser acompanhado a partir de 45 anos”, explica.

Chagas trata cerca de 600 pacientes e reforça que o foco da campanha deve ir além docâncer de próstata. “O Novembro Azul deve ser entendido como um alerta para o homem cuidar mais de sua saúde. Cerca de metade da população masculina não vai ao médico regularmente, o que dificulta no tratamento de algumas doenças”, frisa.

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que entre no biênio 2016/2017 haja 1,8 mil novos casos no Espírito Santo. As secretarias municipal e estadual de Saúde não informaram o número de doentes na Serra e no estado.