Circula em redes sociais uma mensagem em que o saudoso André Ruschi, ao analisar possíveis impactos do crime ambiental da Samarco, supostamente faz um alerta sobre a febre amarela no ES. Na mensagem, é destacada uma relação entre a lama que atingiu o Rio Doce, provocando o sumiço de sapos e peixes, e um surto de febre amarela num então futuro próximo (agora presente).
Se é verdade que Ruschi fez esse alerta, não sabemos. E mesmo que comprovada a mensagem, até que ponto o desequilíbrio instigado pelo rompimento da barragem em Mariana tem relação com o surto de febre amarela no MG e no ES? Não posso comprovar nenhuma hipótese, apenas posso especular que seja verdade, uma vez que Ruschi tinha conhecimento técnico e científico suficiente para atestar sua tese.
As crises ambientais que têm atingido o ES se mostram bastante abrangentes e não tem se limitado ao território diretamente afetado. Foi assim com a crise hídrica e os surtos causados pelo aedes aegypti. Assim, a responsabilidade de empresas e governos em relação à questão ambiental deve ser ampliada. Afinal, geralmente é a população vulnerável financeiramente que sofre mais. Seja pela falta de acesso à informação ou impossibilidade de pagamento pela vacina em clínicas especializadas, quem dormiu nas filas em postos de saúde foram os mais pobres. Aliás, vergonhosa situação veiculada inclusive em jornais de visibilidade nacional.
No caso específico, observamos uma massa populacional que ressente de falta de informações, provocada por notícias desencontradas publicadas pela mídia, que aliada a uma minoria da sociedade que quer levar vantagem sempre sobre os outros gerou um caos no já combalido sistema público de saúde.
Casos como o de mãe e filha presas por roubo de vacinas ou mesmo de pessoas que venderam senhas em filas são injustificáveis. É inadmissível que pessoas busquem tirar vantagem de situações tão delicadas. Só nos mostra quanto temos que avançar, seja no trato com o meio ambiente, seja no trato com o próximo.