MAURÍCIO BUSINARI
Uma menina de 11 anos teve o peito do pé perfurado por um ferrão de bagre com 7 centímetros enquanto brincava em um curso de água doce que desemboca na praia do Balneário Britânia, em Ilha Comprida, litoral de São Paulo. Apesar do susto, a criança passou por cuidados médicos e se recupera em casa.
O peixe, que pertence à ordem dos Siluriformes, é conhecido por possuir três espinhos que formam a estrutura rígida das nadadeiras peitorais e também da dorsal. Essas estruturas possuem toxinas capazes de matar animais pequenos, como coelhos. Nos humanos, se o ferimento não for bem tratado, pode causar danos sérios, como necrose dos tecidos.
A menina brincava com um grupo de crianças na manhã do dia 26 de dezembro, em um pequeno riacho que corta a faixa de areia da praia, no Balneário Britânia, quando sofreu o acidente.
A mãe da criança, de 38 anos, disse que conversava com as outras mães enquanto observava a movimentação da filha.
“Estava tudo bem, eu e as outras mães estávamos sossegadas, porque esse riozinho que tem lá é raso, a água não passa da cintura nas crianças. Então a gente pensa que é mais seguro do que o mar, que tem ondas, correnteza”, declarou à reportagem.
“Mas essa tranquilidade toda foi embora quando ouvimos os gritos da minha filha”.
A menina estava de bruços na água, nadando, quando sentiu algo perfurando o peito do pé. A dor foi tão grande, contou a mãe, que ela mal conseguiu sair do lugar. “Corremos para ver o que tinha acontecido e quando eu tirei ela da água, o peixe veio junto, preso ao pé dela.”
Banhistas que acompanhavam a cena ligaram para o serviço de emergência do Corpo de Bombeiros. Com um alicate, um dos agentes cortou o ferrão e a menina ficou com grande parte dele enterrado no peito do pé, mas livre do peso do peixe.
“Corremos para o Pronto-Socorro da cidade. Deram várias anestesias locais para tentar tirar o ferrão, mas quanto mais tentavam, mais minha filha se contorcia de dor. Deram analgésicos, anestesia local, mas foi muito difícil. Depois de um tempo, chamaram uma profissional que fez uma pequena cirurgia nela, um corte para retirar o espinho”, contou a mãe.
Moradoras da cidade de Cesário Lange, na região metropolitana de Sorocaba (SP), a mãe e a filha estavam passando o Natal em Ilha Comprida. “Viemos na excursão de uma amiga, chegamos aqui no dia 23 e estávamos nos preparando para voltar, no dia 26, quando aconteceu isso com ela. Foi um desespero, nunca imaginei que um peixe desse pudesse estar naquele riozinho”.
A mãe afirma que os agentes dos Bombeiros que atenderam à ocorrência levantaram duas hipóteses para o peixe, identificado como uma espécie de água salgada, ter ido parar no curso de água doce. A primeira é de que a maré pode ter subido e o peixe nadado até o riacho, inundado com água salgada e, quando a maré desceu, ele ficou preso. A segunda hipótese é alguém ter encontrado o peixe, já morto, na praia e o arremessado no curso d’água.
“Seja lá o que tenha acontecido, fica o alerta para os outros pais. Minha filha está melhor, graças a Deus. Ela tomou anti-inflamatórios e antibiótico. Esta semana o pezinho dela inflamou novamente e levei ela no hospital para tomar vacina antitetânica. Hoje está melhor, a ferida começou a cicatrizar”, afirmou a mãe.
Segundo o biólogo Roberto Vieira dos Santos Júnior, 40, como o acidente ocorreu na praia, é provável que o peixe que causou o ferimento seja o bagre amarelo (Cathorops spixii), ou outro membro da familia Ariidae. No Brasil, essa é a espécie que ocorre com mais abundância e causa grande número de acidentes.
Esses peixes são encontrados em águas costeiras rasas e em áreas com fundo lodoso ou arenoso. Estão presentes em toda a costa, mas são encontrados principalmente nas regiões Sudeste e Sul do país.
“Esses peixes possuem veneno das nadadeiras peitorais e dorsal, na base delas, injetado quando pressionado. Porém, a maioria dos acidentes acontece com pessoas que pisam em animais mortos na areia”, afirma o biólogo.
“A grande complicação é que o espinho, por ser serrilhado, embora entre com facilidade, é difícil de ser removido. Os quadros mais graves envolvem pedaços do espinho que ficam na carne por remoção inadequada ou bactérias que entram com o espinho do animal morto”, explica. Por essa razão, é imprescindível buscar atendimento médico logo após o acidente com esse tipo de peixe.
De acordo com o biólogo, o veneno desses animais é encontrado nos ferrões, em glândulas localizadas na base dos espinhos e em um muco encontrado em sua pele. A toxina que eles secretam age sobre o sangue, podendo aglutinar hemácias e plaquetas. “Esses espinhos servem como defesa para o peixe, que os abre antes de ser mordido para evitar que o predador o abocanhe”, esclareceu Roberto.
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