Imagina a seguinte cena: você está em uma movimentada avenida da cidade, olha para a pista e se depara com uma capivara circulando entre os carros. Foi isso o que aconteceu com motoristas no Civit II, na Serra, nesta segunda-feira (1º). O animal foi flagrado solto no local e chamou a atenção de quem passava.
Após o acionamento, a capivara foi resgatada pela Fiscalização Ambiental da Serra, com apoio da Polícia Militar Ambiental. O animal pesava aproximadamente 35 quilos e foi devolvido à natureza, na lagoa Jacuném.
De acordo com Wellington Freitas, diretor da Fiscalização Ambiental, a capivara estava passeando em frente ao cemitério Jardim da Paz, nas proximidades da Avenida Talma Rodrigues Ribeiro.
“Resgatamos agora cedo, em pleno Civit II. Estava passeando em frente ao cemitério Jardim da Paz. Ela tinha aproximadamente 30 a 35 quilos, foi solta na Jacuném, com apoio da Polícia Ambiental”, detalhou o diretor.
De acordo com o biólogo Cláudio Santiago não é necessário ter medo do animal, mas o melhor é não tentar muito contato.
“Elas são animais dóceis e circulam perto das pessoas se não se sentirem ameaçadas; elas não vão atacar nenhuma pessoa ou outro animal se elas não forem intimidadas. Naturalmente, os animais atacam para se defenderem, em último caso. Mas é raríssimo encontrar, na literatura, uma capivara que atacou uma pessoa sem ser motivada a esta ação.”
E continuou: “a capivara é o maior roedor do mundo, mas é nativa da América do Sul. O tipo de ambiente é aquele que já sabemos: alagados. Elas preferem passar boa parte da vida na água e nas margens de lagoas e rios”, ressaltou o biólogo.
Apesar de o animal ser dócil, existe um perigo para a saúde humana e de animais domésticos. Acontece que as capivaras possuem o carrapato-estrela (Amblyomma cajennense) como parasita – que é reservatório da bactéria Rickettsia rickettsii, causadora da febre maculosa. O homem, ao ser picado por um carrapato contaminado, pode desenvolver a doença.
Cláudio alertou para os riscos, mas também destacou a importância e obrigação de respeitar essa espécie de animal.
“Um problema que pode acontecer do contato destes animais com seres humanos é que eles são animais que tem o carrapato estrela como parasita. Eles ajudam na disseminação dos carrapatos por onde elas circulam. E este parasita pode ser um potencial risco a saúde humana por conta da febre maculosa que pode até levar a morte. Fora isso, esses animais, como qualquer outro da fauna brasileira, é protegido e qualquer tipo de contato de agressão ou manejo não autorizado é passível da legislação vigente”, finalizou.
O resgate da capivara ‘Filó’ acontece em meio a polêmica do influenciador Agenor Tupinambá, do Amazonas, que trava uma batalha contra o Ibama.
O tiktoker, que ficou conhecido por mostrar, nas redes sociais, a rotina com a capivara, foi multado pelo Ibama em mais de R$ 17 mil. Ele foi denunciado por suspeita de abuso, maus-tratos e exploração animal. Agenor também foi notificado a retirar todas as publicações feitas com os animais de seus perfis nas plataformas digitais.
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