“O Yahoo não vai fechar depois do verão”. A afirmação é do proprietário do parque aquático localizado em Manguinhos, José Murilo Coutinho, rebatendo uma notícia que veiculou na imprensa informando que o Yahoo daria lugar a um empreendimento imobiliário após a alta temporada.
O empresário admite, no entanto, que o negócio vem perdendo força e a substituição por outra atividade é algo que deve acontecer daqui a alguns anos. “Se for para um empreendimento imobiliário não é um bom momento. Sem dúvida que o local tem vocação para isso, mas houve o excesso de lançamentos na cidade e o mercado está estagnado”, avalia.
Murilo disse que espera um público de cerca de 40 mil pessoas entre dezembro, janeiro e fevereiro neste verão. E afirma que o negócio de parques, não só aquáticos como também de diversões, está em decadência no Espírito Santo e na maior parte do país.
“Quando o Yahoo foi inaugurado chegamos a atrair 150 mil pessoas por ano. Esse número vem decrescendo, atualmente gira em torno de 80 mil”, revela. Murilo também é fabricante de equipamentos para parques e fornece para empreendimentos em outros estados.
Crise dos parques é nacional
“No caso do Espírito Santo, o turismo nunca foi bem. E ainda houve um forte recuo do veranismo, com aquele turista que aluga boas casas no litoral ou fica em hotéis e pousadas, perfil de importante parte do nosso público. Isso se deu por causa dos projetos portuários e industriais. Eles sujaram as praias e os trabalhadores temporários das obras desses projetos passaram a ficar nas casas e pousadas”, analisa Murilo.
Também há situações de âmbito nacional que afetam o negócio no entendimento do empresário. “A lei da meia entrada e o hábito do homem brasileiro em se reunir para churrascada e cervejada entre amigos, ao invés de se divertir com a família, contribuem. Tem também as restrições da lei trabalhista a atividades remuneradas nos fins de semana e feriados. Hoje são 25 parques abandonados no Brasil”, lamenta.
Mas há exceções. Um deles é o Beach Park em Fortaleza. “Lá houve uma pareceria com o Governo estadual, que levou os alunos da rede de ensino do Ceará para o parque. Isso cria uma cultura para esse tipo de turismo”, conclui.