É uma missão ingrata, já que até agora não se conseguiu uma forma eficiente de barrar a passagem do óleo que castiga as praias do Nordeste. Mas com a aproximação da sujeira da costa capixaba, uma força tarefa foi montada para monitorar e tentar impedir que o óleo entre em estuários e manguezais, ambientes sensíveis e, ao mesmo tempo, berçário para diversas espécies de pescado e outros animais.
A informação foi dada ao TEMPO NOVO na tarde de ontem (04) pelo superintendente do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Diego
Libardi. Segundo Diego, tentativas de contenção do óleo estão ocorrendo em diversos pontos do Nordeste, ainda sem sucesso. Mesmo assim o Ibama estuda medidas para tentar impedir a entrada de manchas manchas de óleo que possam ser levadas pelas marés aos mangues.
“Aqui no Espírito Santo, nós formamos uma equipe mista entre o Iema (Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos), Ibama e as secretarias municipais para avaliação dos principais estuários. Essa avaliação já está acontecendo hoje (ontem, 04) no município de Conceição da Barra e amanhã (hoje, 05) acontece em São Mateus e seguirá depois para Linhares. Depois disso, evidentemente vamos continuar até a Grande Vitória para avaliar a possibilidade de alguma forma de contenção”, afirmou o superintendente.
Diego revelou o pode ser feito para tentar conter a contaminação. “Está sendo estudado o uso de redes de pesca apreendidas pelo Ibama em operações de fiscalização, vamos colocar essas redes transpostas nos corpos hídricos. Também podemos usar barreiras de contenção, mantas que ficam nas bordas do manguezal. Há ainda a possibilidade de usarmos embarcações de fundo raso, puçás e outros petrechos para ‘pescar’ o óleo”.
O superintendente explicou que, como nas regiões de corais, a remoção do óleo de manguezais é muito mais difícil que nas praias, sendo praticamente impossível a limpeza completa.
As manchas mais próximas no litoral capixaba apareceram ontem nas praias de Nova Viçosa, município do extremo sul baiano cuja distância em linha reta para Conceição da Barra, no ES, é de 55 km.
Mesmo antes de chegar as manchas já afetam pescadores da Serra e do Espírito Santo. Mas segundo Diego, esses profissionais – que chegam a 10 mil segundo a Federação das Associações de Pescadores do ES – só deverão ter direito a seguro defasa extra se o óleo chegar as praias capixabas.
Na Serra há cerca de 600 pescadores profissionais que vivem do mar. No município as áreas de manguezais mais sensíveis estão no rio Jacaraípe, que leva água do mar até a lagoa Juara. E também no rio Reis Magos, que inclusive desde outubro de 2017 virou uma das fontes de abastecimento da cidade, atendendo a região da Serra Sede.
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