Por Gabriel Almeida
Por conta da seca insistente, o incêndio na turfa não só continua como tem gerado mais fumaça nos últimos dias, prejudicando a saúde dos moradores do entorno. Os focos de incêndio estão na região de Jardim Tropical, Furnas e Pitanga e o mau cheiro está tomando conta de várias comunidades da Serra.
Rosana Lírio, moradora de Laranjeiras Velha, disse que é 24h de muita fumaça e mau cheiro. “Só na minha casa foram meus dois filhos e meu marido que já foram para o hospital devido a fumaça irritante das turfa”, explica.
Rosana ainda disse que todos os moradores do bairro estão reclamando. “Todos os dias vários populares reclamam desta fumaça que só traz prejuízo para nossa saúde. Não estamos aguentando mais”, afirma Rosana.
Já Maria do Carmo Lilico, presidente da comunidade de José de Anchieta II, afirma que o mau cheiro pode ser sentido pela noite. “Pela madrugada a catinga está bem forte aqui no bairro”, explica Lilico.
O Diretor da Defesa Civil da Serra, Olimar Silva, disse que os focos mais intensos estão em Pitanga onde prometeu enviar hoje (21) uma equipe à região. “O local continua pegando fogo e a última chuva que deu não ajudou muito. Já pedi ajuda ao Corpo de Bombeiros ”, explica.
Olimar ainda disse que a população pode ajudar no combate. “Se qualquer morador avistar alguém colocando fogo na área de turfa pode ligar imediatamente para 193”, pede.
Já o comandante da 3ª Cia do 1º Batalhão do Corpo de Bombeiros na Serra, Natanael Silva de Oliveira, disse que, por enquanto, os esforços de combate estão em Jardim Tropical, devido à maior proximidade com as casas.
Situação se arrasta desde o início do ano
A turfa fica no solo até 1,5 m de profundidade. Ela é formada por matéria orgânica em decomposição em áreas alagadas. Mas com a seca prolongada – desde dezembro de 2013 não chove por dias seguidos na região – o local fica sujeito ao fogo, que segundo a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros é provocado por populares com fins diversos: de queima de lixo à ‘limpeza’ de terreno para fazer pasto.
No caso das baixadas em volta do Mestre Álvaro, a situação se arrasta desde o final de janeiro. Os picos foram registrados entre março e abril, quando a fumaça prejudicou a saúde respiratória não só a população da Serra, mas até da vizinha Vitória. E demandou enorme mobilização do Estado, município e empresas privadas para tentar amenizar o incêndio, que é de difícil combate, pois queima debaixo da terra.
Esse combate e as chuvas no final do outono amenizaram a situação, que voltou a piorar em setembro, quando a seca e o calorão voltaram com força total.
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