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Fumaça das turfas segue castigando moradores

Nesta segunda (06) havia pelo menos quatro focos de incêndio na área. Foto: Bruno Lyra

Ainda não apagou o fogo que consome as turfas ao redor do Mestre Álvaro há cerca de um mês na baixada próxima ao bairro José de Anchieta. E segundo morador da região a fumaça voltou a ser sentida com mais intensidade nos últimos dias com a volta do sol e vento fortes.

“Até sexta (06) passada estava mais tranquilo. Mas a fumaça aumentou de sábado para domingo e está mais forte neste momento”, relatou nesta segunda (09) o morador de José de Anchieta I, Fábio Bastos de Moraes.

Ele disse que à noite o vento muda de direção e joga a fumaça para o lado das casas. “As pessoas não estão aguentando mais essa fumaça, que o vento joga até a BR 101. E tem quase uma semana que o Corpo de Bombeiros parou de combater”, observa.

Em nota a Defesa Civil da Serra informou que uma equipe do órgão esteve ontem (09) no local. Ao constatar que havia emissão de fumaça, fez contato com o Corpo de Bombeiros, que ficou de ir até o local para verificar quais providências deverão ser tomadas.

A Defesa Civil acrescentou que hoje (10) pela manhã, em nova visita ao local, constatou-se que a situação está amenizada. Ainda assim, o órgão municipal está à disposição para auxiliar e dar todo o apoio na retomada dos trabalhos, se o Corpo de Bombeiros julgar necessário.

Saúde

A presidente da Sociedade de Pneumologia do Espírito Santo, Cileia Martins, disse que o atendimento de idosos e crianças com problemas respiratórios na Serra aumentou de 20% a 30% neste período de incêndio nas turfas. Cileia atende na rede pública e privada do município.

“Nós já temos um ar muito poluído. A fumaça com monóxido de carbono e enxofre vindo da queima das turfas agravou o quadro”, explica.

Difícil combate

O solo de turfa é formado por restos de vegetação que se acumulam em terreno alagadiços ou alagáveis, como é o caso das áreas no entorno do Mestre Álvaro. Com a seca severa que atinge a meses o estado, esse local ficou vulnerável a incêndios.

Segundo o aspirante do Corpo de Bombeiros, Gabriel Caliman, a camada de turfa pode ter até 1,5 m de profundidade e o fogo a consome de cima para baixo, o que dificulta o combate às chamas.

Caliman disse também que embora exista a possibilidade de combustão espontânea neste tipo de terreno, a hipótese mais provável é de que incêndios tocados sobre pilhas de resíduos em terreno vizinhos possam ter provocado a situação. Tese que é confirmada por moradores da região.

Mari Nascimento

Mari Nascimento é repórter do Tempo Novo há 18 anos. Atualmente, a jornalista escreve para diversas editorias do portal, principalmente para a de Política.

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