Seu principal reduto é a Serra, mas desde quando assumiu o mandato o senhor vem criando bases em outros municípios. É uma estratégia eleitoral?
É mais do que isso. Assumi em 2017 por ser suplente, então tive 2 anos a menos que os outros deputados. Percebi que a Serra precisa de muito apoio, mas rodando por outros municípios vi a grande necessidade de cidades menores contarem com suporte para realizar ações que dependiam de articulação política. Principalmente cidades do interior que não têm representação na Assembleia. No contexto da Serra, parece pouco viabilizar compra de tratores, torres de internet, linhas de ônibus… mas em cidades pequenas, com orçamento baixo e com população carece de recursos, isso significa muito para eles. Um exemplo é Fundão, vizinho da Serra, mas que vive outra realidade de escassez de recursos.
Fundão é um lugar marcado por brigas políticas recentes. Isso te atrapalhou?
Não atrapalhou em nada, não é meu perfil entrar em brigas. Quero fazer meu trabalho e devolver para a população aquilo que ela espera de um deputado. Fundão tem enormes desafios para se desenvolver, mas historicamente fica em segundo plano na Grande Vitória, por conta da grandiosidade econômica dos outros municípios.
Quais são os gargalos em Fundão?
Recursos financeiros e articulação política para emplacar obras estruturantes. Veja, Fundão tem cerca de 20 mil moradores e um orçamento de pouco menos de R$ 60 milhões. Ocupa apenas a 35º posição no ranking dos orçamentos municipais. Vitória por exemplo tem R$ 1.6 bilhão por ano e a Serra R$ 1.2 bilhão. Então a cidade não tem recursos para fazer grandes investimentos e por isso venho olhando essa região com carinho.
Quais ações o senhor destaca?
Recentemente conseguimos levar uma linha do Transcol para a região de Timbuí. Serão 3 horários. É uma demanda antiga da população, que tinha que se deslocar através de ônibus intermunicipal, pagando caro e com horários limitados. Tendo que se deslocar grandes distancias a pé. É uma medida simples, mas que ninguém tinha conseguido fazer, uma vez que havia grande resistência das empresas do Transcol, por conta do alto custo de ir até lá, não compensava financeiramente. Mas conseguimos contornar isso.
“Só porque têm poucos
votos, Fundão não
merece o esquecimento”
Como é possível mudar essa realidade de ‘esquecimento’ e ‘baixos recursos’ de Fundão?
Investindo na cidade. Fundão tem uma área praiana muito forte e muito conhecida. Além disso conta com a área urbana da Sede e Timbuí e a parte serrana no entorno do Goiapabaçu. A economia é periférica em relação à Grande Vitória ao sul e ao pólo Aracruz/Linhares ao norte. Fundão tem vocação para logística, turismo de litoral e turismo de montanhas, e é nisso que o poder público precisa investir; gerando mais impostos, empregos e renda para a população. Além disso, o futuro Contorno do Mestre Álvaro vai beneficiar muito Fundão, é uma obra que lutamos há décadas.
Como um deputado pode ajudar nessas questões?
Dizem que função de deputado é criar e votar leis, é verdade. Mas a obrigação de um parlamentar é olhar pelo povo. Nesse sentido, é necessário ser um agente facilitador do desenvolvimento. Articular juntos ao Governo do Estado e também indo para Brasília, em busca de recursos da União, através da bancada capixaba. Só porque tem poucos votos, Fundão não merece o esquecimento. Vejo que para os próximos anos, a cidade vai precisar de investimento em abastecimento. Tem pouca água lá e já empenhada no sistema Reis Magos que também abastece a Serra. Por isso precisamos olhar com atenção para essa cidade.