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Gandini quer que Vitória faça estudo minucioso antes de liberar cães na Pedra da Cebola

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Pedra da Cebola
Fernando é um dos cuidados dos felinos e dedica pelo menos duas horas do seu dia para promover o bem estar dos animais que vivem na Pedra da Cebola. Crédito: Divulgação

Uma polêmica está tomando conta de Vitória, por conta de um decreto que pode ser publicado a qualquer momento pelo prefeito Lorenzo Pasolini, que poderá permitir a entrada de cães nos parques públicos da capital.

O problema, é que ao contrário de outros parques, a Pedra da Cebola, tem um perfil diferenciado de outros espaços com animais vivendo soltos e em harmonia como gansos, pavões, lagartos, patos, galinhas e cerca de 100 gatos que vivem livremente no parque e são alimentados por voluntários. Os gatos, vale ressaltar, são saudáveis, castrados e recebem tratamento por meio de ativistas que tiram dinheiro do próprio bolso para não deixar os animais morrerem de fome.

O presidente da Comissão de Proteção ao Meio Ambiente e aos Animais da Assembleia Legislativa, deputado estadual Fabrício Gandini (Cidadania), se manifestou sobre o assunto e  declarou nesta terça-feira (28) que vai pedir um estudo detalhado à Prefeitura de Vitória sobre a possibilidade de convivência entre cães e os demais animais, entre eles gatos, que vivem no Parque Pedra da Cebola, em Vitória.

A decisão se dá porque a Secretaria Municipal de Meio Ambiente estuda a proposta de um decreto que libera a entrada de cães em todos os parques urbanos. O problema é que no Parque da Cebola, por exemplo, há uma colônia de felinos com cerca de 200 animais, além de gansos, patos, galinhas, gambás, pavões, dentre outros.

Pedra da Cebola
Gandini quer estudo minucioso para evitar extermínios dos gatos que vivem atualmente no local. Crédito: Divulgação

“A preocupação de protetores de animais é a de que os gatos e as aves sejam exterminados ou ocorram brigas, caso a prefeitura permita que cães façam uso do espaço de lazer. Além da Praça da Cebola, se a proposta for aprovada, no Parque de Barreiros, no Horto de Maruípe, no Parque Padre Alfonso Pastores, no Parque Moscoso, no Parque Barão de Monjardim, no Centro de Esporte e Lazer de Eucalipto, no Parque Mangue Seco e no Parque Cultural Reserva Vitória, a entrada dos cães será liberada”.

Gandini disse que vai mandar uma recomendação à Prefeitura de Vitória para que faça um estudo minucioso sobre o assunto e apresente à sociedade antes da mudança ser colocada em prática. “Como já existem animais nesses parques é preciso estudar a possibilidade de convivência. E, caso não exista, é preciso estruturar primeiros os parques para poder receber. Os cães não podem ficar soltos”, frisou.

Ativistas temem extermínio de gatos

Os animais são cuidados por diversos voluntários, entre eles, o médico Fernando Furtado de Melo, que desde 2017, se desdobra entre um plantão e outro para se dedicar a alimentar e cuidar dos gatos do Parque. “Os gatos vivem livres, estão saudáveis, têm comida e água todos os dias que eu mesmo alimento e troco a água deles. A ração dos felinos, 75 quilos por semana sou eu quem compra, assim como os petiscos. Mesmo com regras, sabemos que as pessoas não vão manter os cães com guia ou focinheira no parque. Vai haver um extermínio dos bichos, não só dos gatos, mas de todos os animais que vivem ali dentro. Vai ser uma tragédia”, disse Fernando.

Além de Fernando o grupo Gatinhos Pedra da Cebola também atua ajudando nos cuidados com os felinos.  Ilka Westermeyer, que é integrante do grupo, disse que enxerga a situação com muita preocupação, e acredita que os gatos correm risco de morte.

“Estamos há 5 anos investindo o tempo e o dinheiro de todos os voluntários em cuidar da colônia de gatos do parque para mantê-la saudável, com controle reprodutivo, vivendo em harmonia com a fauna e flora local. Esta ação, coloca diretamente em risco a vida dos mais de 150 gatos que cuidamos naquele parque hoje. Pois eles não são socializados com cachorros e também não sabemos como cachorros diversos podem agir na presença de gato, criando até mesmo situações de violência entre os animais, devido a irresponsabilidade que prevemos ocorrer sem uso de guias e atenção necessária”.

O que diz a Prefeitura de Vitória sobre a Pedra da Cebola

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semmam) informa que há uma proposta de decreto que visa permitir o ingresso e a permanência de animais de estimação nos parques urbanos de Vitória, assegurando aos visitantes e usuários o convívio pacífico com os pets e os seus condutores, desde que em observância às regras e legislações em vigor.

A Semmam observa ainda que está trabalhando para implementação de políticas públicas inclusivas para a causa animal e que vem conversando com protetores independentes visando apresentar a proposta e aprimorar a política de inclusão.

A medida, caso implementada, contará com ações de monitoramento pela Semmam, por meio da Educação Ambiental, com abordagem da guarda responsável e do setor de Bem Estar Animal para monitoramento do comportamento dos cães, de forma a cumprir a legislação vigente (recolhimento de dejetos e andar com o cães com coleira e guia, conforma legislação vigente.

+ Permissão de entrada de cães na Pedra da Cebola pode exterminar cerca de 100 gatos, alerta ativistas

A proposta de decreto prevê uso de coleira ou peitoral com guia de condução em todos os animais, adequada à tipologia racial de cada animal; a apresentação de carteira de sanitária do animal atualizada, assinada por médico veterinário devidamente registrado no Conselho Regional de Medicina Veterinária, para levar segurança aos frequentadores dos parques; e fixação de plaqueta de identificação junto à coleira, com o nome do animal e o telefone do seu responsável.

Além disso, os cães das raças Pit bull, Mastim napolitano, Rottweiler, American stafforshire, Dobermann, Bull Terrier, Pastor alemão, Fila, Boxer, seus mestiços e outros de porte físico e força semelhantes, segundo classificação da Federação Cinológica Internacional – FCI, devem ser, obrigatoriamente, conduzidos por pessoa maior de 18 anos e deverão utilizar guia de condução de comprimento máximo de dois metros, focinheira e colar de grampo adequados à tipologia racial de cada animal.

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