Por Conceição Nascimento
As declarações do ex-Secretário de Estado da Saúde (Sesa), Tadeu Marino, à CPI dos Empenhos da Saúde geraram um troca de farpas entre o atual governador, Paulo Hartung (PMDB), e o ex, Renato Casagrande (PSB). Marino afirmou que a execução de despesas sem o devido empenho, quando esteve à frente da pasta, foi necessária devido ao grande volume de serviços e determinações judiciais, como a compra de medicamentos e internação, bem como pela redução dos repasses do Governo federal.
As declarações de Marino foram rebatidas pelos deputados que compõem a CPI, presidida pelo deputado Euclério Sampaio (PDT). O pedetista afirmou que existem indícios de irregularidades nos empenhos e que diversas instituições filantrópicas alegam não terem recebido os repasses. O governador Paulo Hartung também teria declarado em entrevista que “tinha certeza de que a verdade viria”.
O ex-governador Renato Casagrande usou as redes sociais em defesa de Marino. Ele destacou que não houve despesa sem cobertura, mas atraso no pagamento por falta de repasses do Governo federal, o que foi efetivado integralmente em janeiro de 2015. “Muito diferente do que está fazendo o atual Governo, que cancelou empenhos e cortou 20% dos recursos da saúde, gerando uma situação de caos nos hospitais públicos e filantrópicos”, escreveu.
A secretária de Estado da Fazenda, Ana Paula Vescovi, conversou com a reportagem nesta quinta-feira (21) e informou que a dívida herdada pela Secretaria de Saúde totaliza R$ 170 milhões.
“Precisamos reconhecer e pagar. A lei diz que toda despesa deve ser precedida de empenho e os custos citados não estavam previstos no orçamento da secretaria”, alertou.
A reportagem entrou em contato com a assessoria do Governador, mas não houve retorno.