Após as polêmicas e reações geradas com o anúncio de que o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) deixará de ser autarquia e será incorporado a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Seama), o secretário Aladim Cerqueira garantiu na última quinta-feira (09) que a mudança não irá piorar a gestão ambiental no Estado. E atribui a interesses políticos as críticas e protestos dos servidores do Iema.
“O Iema não será extinto, como estão dizendo. Há interesses políticos na desestabilização do Governo do ES, como ficou claro na greve da PM. O que estamos fazendo é o fortalecimento da gestão. É só uma transferência da função administrativa para a Seama. Hoje a presidência do Iema precisa focar na parte técnica e administrativa. Não precisa. A mudança vai dar mais dinamismo, preservando toda a estrutura e autonomia técnica que já existe no Iema”, afirma.
Segundo Aladim, não haverá mudança na função dos 259 servidores efetivos, 48 DT’s e 56 estagiários da autarquia. O secretário afirmou que as mudanças visam dar mais agilidade na análise de processos de licenciamento. Serão mantidas as gestões das 17 reservas ambientais hoje sob responsabilidade do Iema.
Quanto ao monitoramento da qualidade do ar na Grande Vitória, Aladim disse que a perícia será feita pela Seama, mas a execução continuará com o corpo técnico que hoje está no Iema. “Estamos implementando digitalização, queremos que os autos de infração sejam feitos em campo e agilizar a análise dos recursos de multas”, enumera.
Diretor do Iema no governo de Renato Casagrande (PSB), Tarcísio Foeger, não concorda. Para ele, retirar a autonomia administrativa do Iema reduzirá a agilidade. “É colocar cabresto, aumentar o poder do secretário de estado, que sempre será por indicação política”, resume.
Na tarde de ontem (09) servidores do Iema fizeram na sede do órgão em Jardim América, Cariacica. Para eles o governo elaborou o projeto de maneira oculta, sem participação dos servidores e da sociedade. O projeto já está na mesa do governador Paulo Hartung (PMDB), que deve mandá-lo para Assembleia Legislativa. Lá deve encontrar a residência de deputados de oposição ao governo.
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