Em um período de oito anos, a população da Serra saltou de 409 mil para mais de 520 mil – o que significa um crescimento de 27%. E juntamente com o avanço no número de moradores, também cresceu a demanda imposta sobre o sistema público de saúde. Atualmente, a cidade possui três Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e 38 unidades básicas e regionais de saúde. Mesmo assim, o que não falta pelos bairros do município são reclamações sobre a pouca quantidade de médicos para o atendimento à população.
E as queixas não são inválidas. Enquanto a procura por atendimento crescia, no período de 2013 a 2020 – durante a gestão do ex-prefeito Audifax Barcelos (Rede) – a Serra teria sofrido um ‘desmonte’ e perdido aproximadamente 200 médicos que atendiam os moradores da cidade em unidades de saúde e nas UPAs e Maternidade de Carapina. A afirmação é do atual chefe do Executivo municipal, Sergio Vidigal (PDT), que concedeu entrevista exclusiva ao TEMPO NOVO nesta semana.
O prefeito, que assumiu a administração em pouco mais de quatro meses, afirma ter deixado a Serra, em 2012, com 500 médicos, mas oito anos depois encontrou a cidade com 200 profissionais a menos. Inclusive, segundo Vidigal, essa foi a principal dificuldade encontrada para modernizar o sistema de saúde da cidade e iniciar o agendamento on-line de consultas, que deve entrar no ar em menos de 15 dias. Ele questiona: “Como eu vou agendar, se eu não tenho oferta do serviço?“.
Para tentar solucionar o problema crônico, a Prefeitura da Serra lançou processos seletivos para contratar mais profissionais, mas não foi possível encontrar pessoas interessadas em trabalhar na área. Por isso, precisou contratar uma empresa especializada em fornecer médicos plantonistas que irão atuar nas Unidades de Pronto Atendimentos (UPAs) e Unidades Básicas e Regionais de Saúde (UBS E URS).
“(Eu deixei a cidade com 500 médicos). Quando chegamos havia pouco mais de 300 profissionais, muitos deles, devido ao decreto, estavam em casa, em home office. Fiz dois processos seletivos e não consegui, ofereci 140 vagas. Depois disso, conseguimos contratar 160.Oitenta e mais 80; são dois contratos, um para urgência, que são as UPAs e maternidade, e um contrato para atenção primária. E isso vai impactar em um custeio maior nesses próximos 180 dias, de mais de R$ 8 milhões, os dois juntos”, salientou o prefeito.
Ainda de acordo com o prefeito, em breve, moradores não irão precisar mais sair de suas casas para conseguir agendar uma consulta. “Neste momento a gente está trabalhando já o processo do agendamento on-line. Porque eu não comecei o agendamento online das consultas por falta de profissional. Como eu vou agendar, se eu não tenho oferta do serviço? Agora a gente começa a agendar on-line as consultas também, creio que assinamos o contrato agora nesta semana, e no mais tardar, com dez dias a gente estará fazendo o agendamento on-line”, afirmou o prefeito.
A reportagem do TEMPO NOVO tentou contato com a assessoria de imprensa do ex-prefeito Audifax Barcelos para que ele possa se manifestar sobre a quantidade de médicos deixados por sua gestão no Município. Até a publicação desta matéria, a demanda não havia sido respondida.
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