Por Yuri Scardini
Depois de Lula aparecer em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto para presidente, o PT voltou com força para a geopolítica partidária.
Sinal disso é a enorme atenção que o mercado político tem tido com as eleições internas do partido, que vai escolher os comandantes dos diretórios nacionais, estaduais e municipais nos próximos dias.
Aqui no ES, os olhares se voltam para a disputa do deputado federal Givaldo Vieira com ex-prefeito de Vitória, João Coser. Givaldo vem surpreendendo a todos com um posicionamento extremamente áspero e de enfrentamento diferente do estilo dele contra o Palácio Anchieta, administrado pelo governador Paulo Hartung.
Essa movimentação brusca de Givaldo, não parece que tem a ver com um projeto de reeleição para a vaga de deputado federal. O político vem ganhando força. Ainda mais depois de Givaldo se tornar presidente da Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara Federal. Afinal é um capixaba a frente de uma comissão na Câmara de Deputados. Além disso, dá para por nessa conta, o apoio público do senador petista Lindberg Faria (homem da tropa de choque de Lula) à sua eleição para presidência do PT capixaba.
Caso o ex-presidente venha mesmo para a disputa, e Givaldo emergir como o “cara” do PT no ES, talvez, caia no colo dele muito mais que a reeleição a federal. Ainda para se salvarem mutuamente, o blocão da esquerda se unir na nacional. Givaldo pode ser alçado para o Palácio Anchieta, tal como em 2010, quando virou o vice-governador do Estado.
Amando ou odiando, negar a força do PT nos arranjos partidários é um erro, no momento que Givaldo se levanta e diz que o governo do ES faz parte dos “golpistas”, é um sinal claro de que na mira, está o Anchieta, e se Lula abraçar Givaldo, a briga engrossa.