Nem um dos mais remotos e paradisíacos balneários do Espírito Santo, a praia de Itaúnas, consegue escapar da poluição das águas. É que técnicos do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) encontraram as substâncias nitrato e fósforo em quantidade acima do normal, nas águas do mar. Também foi constatada presença de ferro acima do esperado.
De acordo com a assessoria de imprensa do Iema técnicos do órgão recolheram amostras de água na região após o aparecimento de uma mancha, no início de abril. A princípio os moradores da região acharam que a substância estaria associada a lama de rejeitos da Samarco (Vale + BHP). Mas segundo o Iema a mancha, que tem o aspecto de espuma amarronzada, é provocada pela proliferação excessiva de cianobactérias. O fenômeno é conhecido como “bloom”.
O órgão atribuiu o fato à presença dos nitratos e fósforo, que funciona como adubo para as cianobactérias, além da baixa circulação de ventos, que deixa o mar quase parado. E não descartou que o ferro encontrado tenha origem na lama de rejeitos da Samarco, que há seis meses desce pelo rio Doce até o litoral capixaba. Nem que a presença da lama também tenha ajudado a desencadear o fenômeno.
Na foz do rio Itaúnas, que fica cerca de 12 km ao sul da praia, além das substâncias já citadas, também foi encontrada grande concentração de Escherichia coli, bactéria presente no lançamento de esgoto.