O Governo Federal parece ter ‘esquecido’ o Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA), cuja sede fica em Santa Teresa, nas montanhas do ES. É que o INMA é o único dentre as 16 unidades de pesquisas ligadas ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC) que ainda não teve regimento interno. A situação preocupa pesquisadores e ativistas que há anos lutam pela consolidação do INMA.
É o caso do pesquisador e professor Sérgio Lucena, um dos coordenadores do Movimento de Defesa do Instituto Nacional da Mata Atlântica (MOVEINMA). Para ele, ao não publicar portaria, o Ministério impede que o Instituto possa escolher sua diretoria, faça concurso para montar um corpo de pesquisadores, entre outras ações necessárias para que a entidade possa cumprir o objetivo pelo qual foi criada: ser referência na produção científica sobre a mata Atlântica e orientar as políticas de conservação e recuperação da mesma no país.
Questionamento também que é feito por membros da Sociedade dos Amigos do Museu Mello Leitão (Sambio), que chegou a fazer abaixo-assinado e entregar ao MCTIC pedindo a regulamentação plena no INMA. O Museu, fundado em 1949 pelo cientista capixaba e patrono nacional da ecologia, Augusto Ruschi, hoje funciona como sede do Instituto que por sua vez foi criado em 2013.
O fato é que no último dia 14 de novembro o MCTIC publicou portaria com o regimento interno das outras 15 unidades de pesquisa. Através da assessoria de imprensa, o Ministério disse que o regimento do INMA está em “fase final de ajustes”, por isso o atraso. Mas disse que a portaria será publicada no início de 2017.
Em novembro, dias antes da publicação do regimento das demais unidades de pesquisa, o senador Ricardo Ferraço (PMDB) foi ao MCTIC com o filho mais novo de Augusto Ruschi, o Piero Ruschi. A informação é da assessoria do senador, que disse ainda que Ferraço está acompanhando o caso junto com os demais membros da bancada capixaba no Senado.