Mesmo se as chuvas do final de ano não vierem, o abastecimento de água na Serra está garantido até fevereiro. É o que afirma o diretor da Agência Estadual de Recursos Hídricos Paulo Renato Paim. Mas a garantia não se estende para as indústrias da ponta de Tubarão – Vale e ArcelorMittal, principais consumidoras de água do sistema que abastece a região.
A situação do rio Santa Maria, que abastece a Serra, zona norte de Vitória, parte de Fundão e Cariacica, é dramática. Na última terça (01), a vazão era de 3,8 mil litros por segundo, índice considerado nível crítico. Só a captação para a Grande Vitória, gira em torno de 3 mil litros por segundo.
Segundo Paim, desde os primeiros meses do ano a represa da hidrelétrica de Rio Bonito, da EDP Escelsa, passou a reservar água para abastecimento – são 27 bilhões de litros. A represa fica em Santa Maria de Jetibá, na cabeceira do rio Santa Maria.
Essa foi uma medida tomada pelo governo estadual com anuência do governo Federal para garantir água para a zona norte da Grande Vitória. “Como a prioridade é o abastecimento humano, caso não chova, as indústrias podem ser prejudicadas”, frisa.
Desde fevereiro último a Cesan reduziu o fornecimento de água para Vale e ArcelorMittal, de de mil litros por segundo para pouco mais de 600 litros. Outra medida foi a antecipação do projeto de captação de água no rio Reis Magos, na região de Putiri, Serra.
Segundo a assessoria de imprensa da Cesan, o edital para contratar a empresa que fará as obras foi lançado há duas semanas. A presidente da empresa, Denise Cadete, disse que o novo sistema inclui uma estação de tratamento de água, além de cerca de 15 km de adutoras que levarão a água para um reservatório na Serra – Sede. O custo estimado das obras é de R$ 69 milhões.